sábado, 16 de agosto de 2008

Ser poeta é...

Ontem ao regressar a casa, ouvia-se RFM, como habitual (só não é verdade quando ouço as minhas colectâneas) quando começou uma música que eu considero uma maravilha, apesar de não morrer de amores pelo cantor que a interpreta... A música é dos Trovante, e chama-se Ser poeta (perdidamente). A autora deste poema tão inspirador foi na verdade Florbela Espanca, nascida em Vila Viçosa em 8 de Dezembro de 1894, tendo posto fim á sua vida em 8 de Dezembro de 1930, em Matosinhos.

Ser Poeta

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

É verdade que este poema já é sobejamente conhecido, mas nunca é demais referenciar poemas destes, num país como o nosso, em que estas pérolas são tantas vezes ignoradas... Mal posso esperar que a minha filha tenha idade suficiente para entender estes textos e apaixonar-se por eles como tantas vezes me acontece... sempre...

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