A razão da minha ausência neste espaço deve-se pura e simplesmente a uma dor... Uma dor pungente e torturante que tem invadido o meu ser desde que sofri uma intervenção na passada terça-feira.
Primeiro, controlei esta dor através de medicação, forte medicação que me trouxe alguma paz e consolo... Mas depois, como diz o ditado, "não há sol que sempre dure nem fartura que nunca se acabe",os efeitos secundários da medicação tomaram em mim proporções nunca antes sentidas, fazendo-me balancear entre as dores da intervenção e os efeitos secundários da medicação.
Porque me dói tanto? Por vezes acredito estar a pagar por erros feitos em vidas passadas... Outras, acredito que se estou a passar por esta provação será porque alguém acredita que tenho forças para tal... Mas não tenho! Já não tenho!
Estou tão cansada de viver entre dores que por vezes sou invadida por uma vontade de tomar uma mão cheia de medicação misturada e finalmente, descansar...
Mas então, surge-me a memória das minhas filhas, e penso, qual seria a mensagem que estaria a passar para elas ao fazê-lo? Que, quando as coisas são dificeis demais devemos desistir?
Não, não quero ensinar-lhes isso... Quero sim, que elas aprendam que, quando as coisas se tornam dificeis, temos que perscrutar bem no ínfimo do nosso ser e encontrar forças onde pensávamos já não existirem...É o que faço diariamente...
Ao analisar o que correu mal nesta intervenção penso... Já sofri esta intervenção por outro médico e não foi tão penível de suportar, então, o que terá corrido mal desta vez???
Eu sei o que foi, mas não o vou aqui deslindar! Basta que eu saiba para evitar que volte a acontecer... Nestes dias já me passaram tantas ideias pela cabeça, umas boas e a augurar um bom futuro, outras nem por isso... por vezes, quando a dor aperta e já nem sei o que fazer, apetece-me desistir... Mas cá dentro, dentro de mim, algo não me deixa... Não é essa a minha essência...
Não consigo esquecer as palavras do médico quando lhe pedi algo para me ajudar a ultrapassar as dores (que eu já sabia que sentiria, apesar de desconhecer na altura a sua intensidade) - "Isso não dói! ", isto não dói?, pensei eu e refutei. Então porque agonizo eu de cada vez que tenho que passar por isso (esta mais do que as restantes, mas em todas elas)?
Há dois anos que luto contra o meu corpo... Estou cansada, desanimada e a precisar de força... Essa força há-de vir... Se não for por mais nada, será porque estou a precisar...sempre...