domingo, 30 de novembro de 2008

Dor excruciante...

A razão da minha ausência neste espaço deve-se pura e simplesmente a uma dor... Uma dor pungente e torturante que tem invadido o meu ser desde que sofri uma intervenção na passada terça-feira.
Primeiro, controlei esta dor através de medicação, forte medicação que me trouxe alguma paz e consolo... Mas depois, como diz o ditado, "não há sol que sempre dure nem fartura que nunca se acabe",os efeitos secundários da medicação tomaram em mim proporções nunca antes sentidas, fazendo-me balancear entre as dores da intervenção e os efeitos secundários da medicação.
Porque me dói tanto? Por vezes acredito estar a pagar por erros feitos em vidas passadas... Outras, acredito que se estou a passar por esta provação será porque alguém acredita que tenho forças para tal... Mas não tenho! Já não tenho!
Estou tão cansada de viver entre dores que por vezes sou invadida por uma vontade de tomar uma mão cheia de medicação misturada e finalmente, descansar...
Mas então, surge-me a memória das minhas filhas, e penso, qual seria a mensagem que estaria a passar para elas ao fazê-lo? Que, quando as coisas são dificeis demais devemos desistir?
Não, não quero ensinar-lhes isso... Quero sim, que elas aprendam que, quando as coisas se tornam dificeis, temos que perscrutar bem no ínfimo do nosso ser e encontrar forças onde pensávamos já não existirem...É o que faço diariamente...
Ao analisar o que correu mal nesta intervenção penso... Já sofri esta intervenção por outro médico e não foi tão penível de suportar, então, o que terá corrido mal desta vez???
Eu sei o que foi, mas não o vou aqui deslindar! Basta que eu saiba para evitar que volte a acontecer... Nestes dias já me passaram tantas ideias pela cabeça, umas boas e a augurar um bom futuro, outras nem por isso... por vezes, quando a dor aperta e já nem sei o que fazer, apetece-me desistir... Mas cá dentro, dentro de mim, algo não me deixa... Não é essa a minha essência...
Não consigo esquecer as palavras do médico quando lhe pedi algo para me ajudar a ultrapassar as dores (que eu já sabia que sentiria, apesar de desconhecer na altura a sua intensidade) - "Isso não dói! ", isto não dói?, pensei eu e refutei. Então porque agonizo eu de cada vez que tenho que passar por isso (esta mais do que as restantes, mas em todas elas)?
Há dois anos que luto contra o meu corpo... Estou cansada, desanimada e a precisar de força... Essa força há-de vir... Se não for por mais nada, será porque estou a precisar...sempre...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Esquecer...

Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida.
A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e o representar) entretêm.
A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono;
as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana.
Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa.
Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.

Fernando Pessoa, in 'Livro do Desassossego'

O amor depois da perda vê-se na dor; antes dela, no receio - António Vieira

...sempre...

Leis e injustiça...

Na passada sexta-feira tive um acidente...
Tecnicamente, provoquei um acidente. Eu devia ter imaginado que o meu fim de semana não iria melhorar; muito pelo contrário. Mas, munida da minha inocência (que por vezes adoro - não será agora o caso, mas...), lá fui eu convencidinha para o fim de semana que o pior houvera já passado.

Mas, voltando ao acidente, o que aconteceu foi que eu, estacionada que estava junto à escola da minha filha mais nova, ao sair do estacionamento, "resolvi" modificar a pintura não só do meu carro, mas também de um outro que tinha sido estacionado em contra mão e o qual não vi ao fazer a bendita marcha-atrás.

Como se inserem as leis neste contexto? Bem, é que, tivesse eu sido mázinha e podia ter chamado as autoridades ao local do crime mas, legalmente, a única coisa que poderia acontecer ao outro condutor seria mesmo levar uma multa por estacionamento indevido... E a pessoa (minha conhecida e pessoa simpática, por sinal), não merecia que eu o fizesse.
Onde está a injustiça da coisa? Eu explico... Eu estacionei o meu carro no estacionamento que existe efectivamente para o efeito, ou seja, o meu carro estava bem, mas, sendo o estacionamento algo inclinado, quando retiramos os carros do local, estando nós inclinados, mesmo que olhemos para os espelhos (o que faço sempre religiosamente), nada vemos caso haja alguma viatura estacionada no local onde se encontrava aquela (e ainda por cima em contra mão)... Mas, legalmente falando( e aqui acho uma injustiça), não há nada que impeça um condutor de fazer o mesmo que aquela pessoa fez, pois já sabe que, caso algo aconteça, será sempre o outro (que teve a audácia de estacionar no sitio devido) a pagar pelo sucedido... Justo, não?
Nada tenho contra a outra condutora, muito pelo contrário, vejo-a como uma mulher de força que passa diariamente algumas contrariedades que, não existissem e a sua vida estaria em muito facilitada.
E, devo mesmo confessar que, já por outras vezes me ia acontecendo (a mim e a outras pessoas que na altura mostraram a sua solidariedade para com a minha situação)... É, no entanto, a primeira vez que efectivamente acontece...
De toda a maneira eu também já sei que a vida de justa, nada tem... E o resto do fim de semana veio comprovar isso mesmo...Estou triste... Muito triste...

...sempre...

sábado, 22 de novembro de 2008

Adeus Lord, meu amigo!...

Adeus, meu amigo! Adeus, Lord!
Lord (1995-2008)
Sempre veio... Deu-lhe alguns dias a mais, é certo, mas por fim, lá completou os seus intentos e acabou por voltar (eu bem que andava a senti-la rondar...).
E ao fazê-lo levou consigo um dos meus melhores amigos... Um dos poucos apoios constante que tive em grande parte da minha vida adulta! O meu LORD!!!
Que falta me vai fazer... Chegar a casa e não o ver a colocar-se propositadamente à frente do carro, só para me fazer sair e cumprimentá-lo além de retirá-lo) antes de continuar a minha rotina; obrigar-me a fazer marcha-atrás, só porque não lhe apetecia sair da frente do carro... Ele sempre teve um feitiozinho especial...Mas eu sempre gostei muito dele. A sua felicidade cada vez que eu chegava junto a ele... O facto de ele vir aninhar-se junto a mim na cama, no tapete no chão da sala, na relva, onde quer que me visse deitada, lá vinha ele encostar-se a mim, fazer-me companhia e dar-me miminhos...
Como eu adoro este cão...adorava...nem sei bem como me referir a ele agora... Sinto-me como se parte de mim tivesse sido arrancada...

Haverá muitas pessoas que podem achar isto ridículo, mas para mim, cada um dos animais que tive, tenho, ou ainda terei, entram para a família e acabam por se tornar membros da mesma. Daí que, de cada vez que um deles morra, seja um membro da família a desaparecer...
E o LORD estava comigo à 13 anos... Mais de uma década a ser meu amigo fiel, a dar-me um amor incondicional... enfim, a ser ele próprio...
As saudades que vou ter dele... Mais uma estrelinha lá em cima, menos um amigo cá em baixo... O céu está a ficar estrelado às minhas custas...

...sempre...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Titi...

Já tenho este texto feito à dois dias. Cheguei mesmo a tê-lo publicado, no entanto, não consegui manter dois textos com sentimentos tão antagónicos juntos, (este texto - tão triste para mim - e o texto da festa da minha filha - repleto de alegria).
Mas agora, é chegada a altura de publicar a mensagem que escrevi e que sei que, apesar de só agora ser publicada, à muito chegou ao seu destino:
- A ti, Titi, um grande beijinho!
"Foste embora sem eu me despedir, deixaste-me com o coração destroçado!
Todos os dias são de saudade, saudade do colinho com que cresci, as lágrimas que não me deixavas verter, saudades do teu carinho, saudades de ti!
Conheci um amor incondicional e assim o retribuí, mas, de repente, deixei de o poder fazer. Sei que me observas de cima, que me acompanhas e me dás força quando fraquejo, mas pergunto, porque não podias fazê-lo junto a mim? Porque tiveste de partir?
Acabei por nunca te perguntar se eras feliz, criaste os filhos dos outros como se dos teus se tratassem (como muitos pais verdadeiros não o fazem), mas nunca te perguntei se tinhas pena de não ter os teus próprios ou se te bastava ter a quem amar... E como o fazias bem...
Por vezes, quando penso na morte que para todos é certa, encontro-me a sorrir, só porque SEI que, quando a hora chegar, tu lá estarás para me receber, encaminhar e novamente amar.

Nem sei porque te estou a escrever isto hoje...
Talvez por estar perto a data da tua partida, talvez por olhar mais para o céu nos últimos dias e lá encontrar sempre a estrelinha que és agora, não sei... Só sei... que sinto a tua falta quando tanto havia ainda para viver...
Disse e mantenho, sempre foste a minha favorita e és sem dúvida aquela que me faz mais falta...

Saudade, Titi...sempre..."
...sempre...

Alma...

Alma incompleta,
Procura a luz mas não a encontra
Em tempos vista, sempre sentida
Visão do céu, vazio imenso
Estrelas que brilham sós
brilho que falta, que se sente, permanece
Força que mantém
Sentimento inquieto
Triste calma, vem lá a desdita
A Alma dissipa-se
mas nunca se apaga!

...sempre...

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A festa ...



No passado sábado, foi a festa da minha pequena.
Estava tão cansada no fim do dia que nem consegui vir aqui escrever nada sobre a festa, mas correu tudo muito bem.
Durante estas festas, há sempre algumas coisas que na teoria parecem boa ideia, mas que na prática se revelam algo...diferentes.
Eu tive uma dessas ideias luminosas para este dia especial. Achei que seria divertido para as crianças pintarem as suas próprias bolas, estrelas e sinos de Natal, além de que seria uma boa recordação para eles levarem para casa...
Na teoria, bom, não acham? Pois... Na prática, 15 crianças, de volta de um balde de tempera e tinta mármore talvez não seja a melhor ideia.
Mas, tirando a roupa de algumas crianças que insistiu em mudar de cor (vá lá entender-se como...), todos eles vibraram nesta altura da festa... Claro que, neste momento, haverá alguns pais a pedir aos seus advogados uma providência cautelar para que eu não me aproxime a menos de 100m dos seus filhos depois da maneira como os enviei para casa (com uma indumentária nova...)
E, como eu me diverti imenso só de olhar para eles, acredito que eles se tenham divertido a passar por aquilo tudo...
Escusado será dizer que a minha filha adorou a festa (aliás as duas adoraram, ainda que a estrela do dia fosse a mais velha) e, se não fosse por mais nada, só por isso já tinha valido a pena...
E digam lá que os pequenos não estavam lindos?...

...sempre...

Inocência...

Cheguei à pouco a casa vinda de mais uma aula.
Que bem me fazem estas aulas, com amigas, em que se aproveita e se aprende alguma coisinha pelo meio.
Quando saía do pseudo-estacionamento em que tinha "enfiado" o meu carro, deparei-me com algo que irei transcrever de seguida; sendo um género de graffiti, não posso identificar a fonte e, apesar de não concordar com o grafitti, por achar uma falta de respeito para com a propriedade alheia, achei o que estava escrito interessante.
Via-se que foi escrito por um(a) jovem inocente, cheio(a) de sonhos, que ainda acredita que tudo é possivel e cuja experiência de vida ainda não lhe permite ver que a vida real nem sempre é assim.
Posto isto:

Há 4 coisas essenciais na vida:
Amar, sofrer, lutar e vencer;
Quem ama sofre, quem sofre luta, quem lute vence,
Por isso ama o máximo que puderes, luta até teres força, sofre o menos possível e assim vais vencer sempre…

...sempre...

sábado, 15 de novembro de 2008

Histórias, lendas ou simplesmente lições de vida...

Ao ler uma história que envolvia uma aldeia e a sua "generosidade" para com o seu pároco, (que por acaso não me era de todo desconhecida), logo me veio à memória uma outra que o meu pai costuma contar , penso eu que no espírito de entreajuda e no não esperar que tudo nos caia no colo sem esforço...
Se o é ou não, eu assim o entendo, acredito que outros entendam esta história de outra forma.
A história é, acredito mas sem teimar, verídica e aconteceu há alguns anos...
Como qualquer história que se preze, começa assim:
Era uma vez, um senhor chamado Oliveira. Este senhor, já reformado, continuava com os seus afazeres de uma vida no campo. Labuta nada fácil e no entanto muito aprazível para o senhor.
Este senhor tinha, como tantos outros das aldeias em começo de desertificação, um filho que estudara, namorara e finalmente casara em Lisboa lá tendo permanecido com a sua esposa e filhos.
No entanto, como ainda hoje se verifica por este Portugal, em tempo de colheitas, lá vinha o bom filho contabilizar os lucros e resgatar o seu quinhão.
Farto de tal atitude e falta de apoio por parte do filho que apenas aparecia em visita quando houvesse, no horizonte, possibilidade de algo levar, resolveu o esforçado senhor ripostar perante a próxima semelhante e ousada atitude do filho...
Quando chegou a altura de vindimar, o senhor, sempre sem apoio do filho(contando sim, com o apoio do povo da terra - muito habitual ainda nos dias que correm), lá conseguiu fazer uma farta vindima.
Após engarrafar o precioso néctar ( que reflectia na sua qualidade todo o cuidado tido ), com todo o trabalho que tal exigia, eis que surge novamente o "carinhoso" filho, com a desculpa de visita aos progenitores...
Visita curta e a demonstrar pouco interesse nos próprios ascendentes, antes da hora de partida, eis que surge a pergunta:
- Não há, meu pai, por aí umas garrafitas de vinho para levar?
Era chegada a hora! Como tantos o fazem (o meu avô fazia), saca o Oliveira do livrito onde escrevia religiosamente todo o trabalho e custos que tivera no seu campo e começa então a ler a parte que mencionava a vinha:
- "O Oliveira mondou, o Oliveira vindimou, o Oliveira pisou, o Oliveira engarrafou" - e concluíu com " Não, meu filho, o teu nome não está aqui".
Para mim, uma lição de vida, para vós... Deixo ao vosso critério...
...sempre...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Lua Cheia...

Aproveito esta magnífica noite de lua cheia para dedicar a todos os que, como eu, amam, amam muito, o seguinte:

e, a quem ainda faltar um bocadinho de paixão...

...sempre...

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Quase no fim...

Está quase a chegar ao fim este dia tão especial!
Neste dia de S. Martinho, presenteámos a criançada com uma visita ao Oceanário de Lisboa e apresentámos-lhe um novo amigo, a mascote do Oceanário, o Vasco!


Foi, acho eu, a primeira vez que dei um presente não palpável a alguma das minhas filhas, mas a resposta... Bastou olhar para os seus olhos para saber que qualquer presente que eu lhe viesse a dar não surtiria o efeito deste!
Lá fui lendo as legendas dos tanques pelos quais íamos passando e elas iam delirando com a vida que se pode encontrar no fundo dos Oceanos...
Até eu descobri algumas coisas que desconhecia, mesmo já lá tendo ido no passado... Como por exemplo, existe um peixe (enorme, por sinal) que pode chegar a ter 3m de comprimento e pesar 2 ton.
Claro que, com estas características tinha de ter um nome todo pomposo... pois é, o peixinho chama-se Peixe-Lua, e é tão somente o figurante da primeira foto que aqui apresento...
Foi um dia diferente, em que as minhas princesas souberam portar-se à altura...
Mais uma vez... Parabéns, princesa!
...sempre...

S. Martinho...

Anos atrás, neste dia mágico, conheci a minha princesa mais velha... Descobria eu os segredos da maternidade... E, assim nascia a primeira túlipa do meu jardim!
A ela, com quem espero mais tarde vir a partilhar este blogue e quem sabe incluir até algo da sua autoria,(não querendo negligenciar a irmã, obviamente) deixo aqui a lenda de S. Martinho, o Santo do dia em que ela "escolheu" nascer... Parabéns, meu amor!
Martinho era um valente soldado romano que regressava de Itália para a sua terra. Montado no seu cavalo, estava a passar num caminho, para atravessar uma serra muito alta, e, lá no alto, fazia muito, muito frio, havia muito vento, chovia imenso. Martinho estava agasalhado normalmente para a época: tinha uma capa vermelha, que os soldados romanos normalmente usavam. De repente, aparece-lhe um homem muito pobre, vestido de roupas já velhas e rotas, cheio de frio a pedir esmola.
Infelizmente, Martinho nada tinha para lhe dar. Então, pegou na espada, levantou-a e deu um golpe na sua capa. Cortou-a ao meio e deu metade ao pobre. Nesse momento, as nuvens e o mau tempo desapareceram. E surgiu um belo dia de verão! Foi como uma recompensa de Deus a Martinho por ele ter sido bom. É por isso que todos os anos, nesta altura do ano, mesmo sendo Outono, durante cerca de três dias o tempo fica melhor e mais quente: é o Verão de São Martinho.
Beijo grande neste dia tão especial, Princesa! Tu foste o meu primeiro milagre!
...sempre...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Isolamento...

Acabei de saber de uma situação que me deixou algo triste...
A minha filha vai dar uma festa na próximo sábado. Como tal, dei-lhe liberdade para fazer ela mesma a sua lista de convidados... Até aqui, nada de novo... O que me veio chocar foi o facto de ter chegado ao ATL para ir buscar a minha filha e a rapariga que lá estava com os miúdos me ter chamado à parte para me pôr ao corrente de uma situação... Afinal, a listinha da minha filha contemplava todos os coleguinas da turma...
Todos?!?! Não, excluía unica e simplesmente uma coleguinha... Uma menina que, aparentemente já vinha a ser excluída dos tempos de creche. Uma creche onde a minha filha não andou, mas de onde vieram alguns dos seus coleguinhas. Não tendo lá andado, foi convertida tal e qual como os que lá andaram... e aparentemente, sem oferecer grande resistência! Não sei se foi por já ter sido eu própria a excluída, mas odiei saber isto!
Foi-me dito que a menina, ao ver os convites a serem distribuídos e ver que não havia um para si, começara a chorar... pobre criança, como eu a entendo...
Claro que, assim que cheguei ao carro, falei com a minha filha e perguntei-lhe se tinha entregue convite a todos os seus coleguinhas, ao que ela me respondeu que só não tinha entregue áquela menina.
Perguntei-lhe porquê e ela respondeu-me que se tinha esquecido do nome da menina... Será verdade??? Duvido muito, mas seja como for, após perguntar à minha filha se ela gostava que alguém desse uma festa e se "esquecesse" de a convidar e explicar-lhe que devemos dar-nos bem com todos e neste caso, brincar com todas, combinámos que amanhã eu iría à escola, com um convite, e iria pedir desculpa à menina e dizer-lhe que o convite dela tinha ficado no carro, mas que ela estava convidada para a festa...
Eu sei que é uma mentira, mas acho que é aquele tipo de mentiras que não magoa ninguém e pode ajudar a impedir que a auto-estima daquela menina fique de alguma forma afectada, por achar que tenha sido excluída daquela forma...
Como eu lamento não ter perguntado os nomes de todos os meninos da turminha antes de ter entregue os convites... Mas agora aprendi... Temos que aprender com os erros...
...sempre...

A amizade é um meio de nos isolarmos da humanidade cultivando algumas pessoas - Carlos Drummond

domingo, 9 de novembro de 2008

Aiiiii!....

As dores ligeiras exprimem-se; as grandes dores são mudas -Séneca
Até amanhã!
...sempre...

sábado, 8 de novembro de 2008

Explicar aos mais novos...

Há determinadas coisas que se tornam difíceis de explicar às crianças... Eu deparo-me com essas dificuldades sempre que alguma das minhas filhas me pergunta" o que é isso?" ou " o que significa isto?".
Na realidade, como explicar a uma criança determinada coisa usando vocabulário que estas entendam?
Conheço uma pessoa que faz com que isso pareça tão fácil... mas, pelo menos para mim, não é assim tão simples!
Temos que fazer uma introspecção e procurar bem nos recônditos da nossa alma uma explicação que, além de facilmente assimilável, dissipe toda e qualquer dúvida em relação ao assunto, pois, mais assustador ainda do que a pergunta "o que significa isto?" é a resposta à pergunta "Entendeste?" ser pura e simplesmente "NÃO!".
Quando relia , um destes dias, uma revista da qual sou assinante, (re)encontrei uma situação real, que retratava perfeitamente o que acabei de relatar e a qual pensei logo em aqui colocar.
Vou transcrevê-lo na íntegra e deixar-vos concluir se concordam ou não comigo...
" Como professora de Geografia, deparei-me com algumas dificuldades para conseguir que uma turma compreendesse um assunto que me parecia acessível - a humidade atmosférica e o ponto de saturação. Resolvi dar o seguinte exemplo: a atmosfera é como se fosse um saco em que vamos pondo laranjas «quando já não cabem mais laranjas, o que é que acontece?»
As respostas foram variadas, o que me deveria ter alertado para o perigo iminente: «o saco rompe-se», «temos que arranjar outro saco» ou « as laranjas a mais caem no chão».
- Exactamente - retorqui. - É o que acontece com a atmosfera; quando já não comporta mais humidade, atinge o ponto de saturação e a humidade em excesso precipita-se.
No teste final, pedi a resposta à pergunta:
« O que acontece quando a atmosfera atinge o ponto de saturação?»
O meu desgosto foi profundo. Cerca de 90% da turma respondeu: « Chovem laranjas.»"
Maria Pereira in Selecções do Reader's Digest - Março 2008
Ser educador nem sempre é fácil, não é?
...sempre...

O tempo...

Adorei esta citação que a t tinha no seu messenger. Aliás, até lhe disse que ia pegar nela e colocá-la no meu blogue:
"O tempo é o único capital das pessoas que têm como fortuna apenas a sua inteligência" - Honoré de Balzac
O porquê de ter gostado desta citação? É óbvio, penso eu, a sua simplicidade e o facto de ser verdade!
Mais logo, vou sair... tecnicamente, vou andar...andar toda a noite... Acompanhar umas pessoas numa viagem espiritual!
Já me fui certificar que a Lua vai lá estar a acompanhar-me pois hoje o céu está limpo e ela brilha como costuma nos últimos tempos, por isso, não me deverá faltar a força!
Mas isso, só poderei confirmar amanhã, e já estamos a falar do futuro, e como costumo dizer, do futuro...falarei no futuro...sempre...

Cenários e sonhos...

Já estava farta de estar na cama... Habituada a levantar cedo, nem no fim de semana consigo deixar de o fazer (bem gostava, mas...esses tempos já lá vão...).
Assim, levantei-me e fui ver um filme que tinha alugado ontem no clube de vídeo e que já andava a "namorar" à algum tempo.
O filme chama-se "Padrinho...mas pouco", na sua versão original "Made of honour", com Patrick Dempsey e Michelle Monaghan.
Uma comédia romântica, bem ao meu estilo (os meus favoritos), que me agradou imenso, mesmo porque o final coincidiu com a minha vontade (o que nem sempre acontece e me deixa extremamente frustada).
Mas, o que mais me marcou no filme foram as lindíssimas paisagens da magnífica Escócia (Ainda não desisti de lá ir - à Escócia e à Holanda ver aqueles magníficos campos de túlipas).
Aqueles campos verdejantes, os castelos quase a flutuar nos lagos azuis, aquela comunhão com a natureza e até mesmo a própria cultura e os costumes... Enquanto assistia ao filme competamente embevecida, logo tratei de lá me imaginar, aquela magia como cenário, nos braços do meu Amor, num beijo envolvente, quase que o conseguia sentir, imaginei uma daquelas cenas que só vemos nos filmes... Mas a minha envolvia pessoas BEM reais... Como é bom sonhar...
É incrivel a forma como algumas coisas nos conseguem abalar, marcar e sobretudo, pôr a sonhar... Um filme, uma carta, uma Música, um Telefonema, um Blogue...enfim...tanto...tantas vezes...sempre...

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Desilusão...

Costuma ouvir-se dizer à pessoa ofendida, após uma zanga e/ou alguma acção mais controversa - " E logo ele que era como um irmão para mim...". Agora, mais grave que isso é quando o que aconteceu envolve alguém que É efectivamente o nosso irmão...
Doeu, eu até digo mais, eu não merecia!... Por tudo o que fiz por ele, por tudo o que já abdiquei por ele, pelo que já me prejudiquei por ele (a mim e em tempos as minhas filhas), por tudo...
Quando vim de França, ele foi o meu único apoio, a única referência que eu tinha, considerando que tudo o que eu conhecia até então me tinha sido naquele momento retirado. Fomos crescendo e uma relação algo amarga (penso que comum entre irmãos), foi-se transformando numa crescente amizade e até mesmo igualdade de gostos, até que chegámos a uma altura que mais parecíamos gémeos siameses que propriamente apenas irmãos... Por diversas vezes, ouvi colegas de curso a dizer que não era habitual falar dos irmãos da forma como eu o fazia, com um carinho e espírito de protecção tão acentuado... Mas assim era... E assim se manteve...até hoje...
Houve até alturas em que, em conversas banais com pessoas que não o conheciam, me perguntavam quantos anos a menos é que ele tinha, tal era a forma protectora que eu usava quando me referia a ele, e achavam piada quando eu dizia que ele era, na realidade, mais velho...
Já há algum tempo que as coisas se vinham a alterar e hoje... Bem, hoje deu-se um passo em frente... O problema é que em frente havia um precipício... Ora, que eu tenha tido conhecimento, nunca ninguém sobreviveu a uma queda num precipício... Eu não merecia... E agora, só me resta, juntar os bocadinhos e continuar... Mas sem ele...
E sinto que hoje, algo em mim quebrou, morreu... Considerando que também não me agrada muito a pessoa em que ele se tornou, não faço grande questão em recuperar o elo perdido... Mas não é por isso que vou deixar de viver...sempre...

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O eu que sou...

Quando algumas pessoas me dizem que sou uma pessoa bem formada, com um nível de cultura muito bom, tenho sempre o medo de achar que, caso fosse possível a essas pessoas conviver comigo diariamente, viver comigo, mais dia menos dia, fossem considerar-se defraudados pelas expectativas que tinham de mim, do que achavam que eu era e sabia, ao invés de quem sou e do que realmente sei...
Na realidade, conheço algumas pessoas que, essas sim, sendo na sua maioria autodidactas, possuem um conhecimento invejável do mundo e das coisas, de todas as coisas sem especificar, estando à vontade para encetar ou abordar qualquer tema sem nunca pestanejar... Admiro pessoas assim...
Lembro-me neste momento de alguém que, desde a história antiga, passando por filosofia, psicologia , literatura, contabilidade, Direito e mais importante ainda, a escola da vida, tem um vasto conhecimento que eu simplesmente poderia almejar, sem nunca ter capacidade de o obter realmente...
Outra há que, com um conhecimento variado de poemas e autores, com um vocabulário de fazer corar qualquer professor da língua Portuguesa, se atreve a dizer que lhe faz falta um curso superior... Financeiramente, acredito que sim, que lhe trouxesse vantagens, mas em conhecimentos... Não... De todo...
Para evitar essas ilusões, passo a vida a dizer às pessoas que não sou exactamente como me idealizam...
Mas, que gostava de ser como sou aos olhos de algumas pessoas, isso gostava...sempre...

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Está frio...Mas não neva...

Sou friorenta, confesso ...muito friorenta...
Se não saio de casa todos os dias (frios, claro) embrulhada num cobertor é apenas por não ser socialmente aceite assim como, convenhamos, nada prático...
Nestes dias frios, só apetece efectivamente embrulhar-se num cobertor, de lareira acesa, envolta pelos braços da pessoa amada e sentir o seu abraço quente, sentir o calor do seu amor e deixar a temperatura subir... como por magia... Sem qualquer explicação aparente...
Algumas pessoas perguntam-me como é que, sendo francesa, me deixo afectar tanto pelo frio, considerando que o clima em França é mais frio!
Não, não é! Deixem-me desde já desfazer esse mito... Na realidade, mesmo que as temperaturas sejam, por esta altura, mais baixas em França , em Portugal há uma coisa que, ao contrário de lá, não se resolve com um bom casaco. O que é isso? A humidade... Essa humidade que se entranha pelos ossos, pela pele, que nos enregela até a alma e que nos impede de manter uma temperatura corporal aceitável...
No entanto, (e aí acho que tive muito azar em vir parar ao centro do país), há uma coisa com a qual privei durante alguns anos e com a qual não tenho o prazer de conviver desde que habito nesta zona do país... A neve...
A realidade é que, por mais frio que aqui esteja, apenas por duas míseras vezes tive o prazer de ver um tímido manto branco aqui nesta zona... E ao pensar nisto e no que já vivi, sou assolada por uma nostalgia...
Confesso que me fazem falta os Natais brancos, os bonecos de neve com uma cenoura a fazer de nariz, um chapéu e cachecol velhos, duas pedras a fazer de olhos, as bolas de neve que inevitavelmente acabavam por nos acertar, por mais que nos desviássemos... Só mesmo quem viveu estas experiências para saber do que estou a falar...
Tivesse eu (por alguma razão) ido "parar" ao norte e pelo menos poderia (aceitando melhor o frio) deliciar-me com esses momentos na neve que acabam também por ser de comunhão e união com os filhos...

Mas ainda levarei as minhas filhas à neve, ainda hei-de rebolar com elas pelo manto frio e branco numa qualquer ribanceira das terras altas (como na foto acima) e assim, por mais um bocadinho... (re)viver...sempre...

sábado, 1 de novembro de 2008

Os que já foram...

O dia de hoje foi emocionalmente esgotante para mim!
Tal como milhares de pessoas, também eu costumo, neste dia (além de em outros), efectuar um ritual, uma rotina, que consiste em visitar os que já cá não estão, sentir que, de alguma forma que não consigo explicar, estou mais próxima deles...
Mas, como qualquer faca de dois gumes, para esta sensação vem, inevitavelmente, o sentimento de perda inerente à situação em si.
Enquanto que o sentimento geral seria de nostalgia e saudosismo, eu enfrento também um misto de tristeza e revolta...
Revolta pelo meu "irmão" Zé Paulo não poder viver grande parte das alegrias da vida (e tristezas que também lhe fazem parte e nos fazem viver), revolta por nunca às minhas filhas ser possível conhecer uma grande senhora (minha Titi) que ajudou à criação da pessoa que sou hoje e que ainda hoje me falta como se ontem mesmo a tivesse visto pelo última vez... Sei que as minhas filhas iriam adorá-la, tal como eu ainda o faço...Ela era um iman para as crianças... E as crianças não se enganam, reconhecem as almas puras e boas.
Tristeza pela vida de um amigo que não teve força para dizer não às drogas (poderia eu ter feito algo mais para impedir isso???), por um primo amigo (ainda que não directo, eu gostava dele) que morreu sem que eu soubesse, tendo acabado por ter conhecimento da sua fatalidade acidentalmente ao visitar a sepultura do meu amigo e lá tendo visto a sua foto numa sepultura a pouco mais de um metro... Foi um choque descobrir algo desta magnitude desta forma...
Tantas vidas perdidas, tanta coisa por viver...
Uma das coisas que me irrita nestes dias "especiais" é o facto de nem nestas datas a maledicência tirar folga, acabando por se ouvir um pouco por toda a parte "Olha o que aquela está a fazer... Acreditas nisto que fizeram...Isto e Aquilo..." quando, na realidade, deveríamos estar todos solidários, afinal neste dia, todos sofremos pela mesma causa, a perda de entes queridos...
Saí e como estava um pouco abalada, dirigi-me ao meu "cantinho especial" para carregar baterias, para sorver a paz que flui naquele local... O sol, os passarinhos que desafiam o frio e entoam cânticos calmantes, enfim, a magia que sinto naquele local. Fui para me sentir melhor e assim fiz e aqui estou... pronta para seguir em frente... Como puder... sempre...