domingo, 31 de agosto de 2008

Enfim, em casa...

Foi bom voltar a casa... Um ambiente que eu domino, no qual eu me sinto bem... E voltei a ver o meu Lord, que está bom, vivo, e até tentou saltar para me cumprimentar... mas não convém abusar, não é?
Mas pelo menos aqui sinto força... Força que me começava a faltar por me encontrar tão longe do meu ambiente, dos meus animais, enfim, de tudo!
De tudo o que me dá força e com que posso efectivamente contar, apenas tinha comigo as minhas filhas, o que não sendo de todo mau, por alturas torna-se insuficiente... E nessa altura, quem me conhece sabe onde vou buscar força... Mas tudo o que me dá força encontrava-se tão longe... Mas agora estou de volta e sinto o meu corpo, a minha mente revigorarem-se. E as forças voltam a ocupar o seu posto num corpo quase vegetativo! E preparo-me para o futuro, seja ele qual for! Mas do futuro, falarei no futuro... sempre...

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Alvitres...

Confesso que sou frequente espectadora de filmes. Ao cinema, actualmente, é muito raro conseguir ir, mas tenho-os às centenas, vejo-os em diversos canais e sou aficionada da coisa. Como tal, de férias, não poderia deixar de os ver, ainda que isso implique sacrificar algumas horas de sono, que, convenhamos, com duas crianças com menos de 6 anos, será a única altura do dia em que o ambiente acalma o suficiente para poder assistir aos filmes que trouxe comigo e/ou a algum que passe na televisão. Ontem fiz um bocado de ambos. Além do filme que já referi, trouxe comigo o filme "piratas das caraíbas", a que assisti ontem também. Algo houve que me chamou a atenção. A legendagem do filme... Geralmente, para minha revolta, as legendagens dos filmes são, além de simplistas, repletas de falhas e de incoerências. Muito me espantou então, quando vi ontem a palavra "alvitres" a ser utilizada numa tradução... E de forma correcta...Agradou-me... Gostei de ver que haverá pelo menos um profissional que tentará utilizar o fruto do seu trabalho, um filme, para promover, na nossa lingua, palavras que não são assíduas do nosso colóquio habitual. E gostei de ver ali a palavra alvitres, que, para quem não saiba, significa opinião, sugestão. Esperemos que muitos jovens que hajam visto aquele filme, tenham tido a curiosidade de, caso o não soubessem de antemão, ir procurar o significado da palavra num dicionário ou através de qualquer outra forma, pois é assim que se aprende... e é também assim que mantemos viva a lingua de Camões...sempre...

Cerimonial do amor...

"Se não houver esperanças de que o teu amor seja recebido, o que tens a fazer é não o declarar. Poderá desenvolver-se em ti, num ambiente de silêncio. Esse amor proporciona-te então uma direcção que permite aproximares-te, afastares-te, entrares, saíres, encontrares, perderes. Porque tu és aquele que tem de viver. E não há vida se nenhum deus te criou linhas de força. Se o teu amor não é recebido, se ele se transforma em súplica vã como recompensa da tua fidelidade, se não tens coração para te calares, nessa altura vai ter com um médico para ele te curar. É bom não confundir o amor com a escravatura do coração. O amor que pede é belo, mas aquele que suplica é amor de criado.
Se o teu amor esbarra com o absoluto das coisas, se por exemplo tem de franquear a impenetrável parede de um mosteiro ou do exílio, agradece a Deus que ela por hipótese retribua o teu amor, embora na aparência se mostre surda e cega. Há uma lamparina acesa para ti neste mundo. Pouco me importa que tu não possas servir-te dela. Aquele que morre no deserto tem a riqueza de uma casa longínqua, embora morra. Se eu construir almas grandes e escolher a mais perfeita para a rodear de silêncio, ficarás com a impressão de que ninguém recebe nada com isso. E, no entanto, ela enobrece todo o meu império. Quem quer que passa ao longe, prosterna-se. E nascem os sinais e os milagres. Não importa que o amor que alguém nutre por ti seja um amor inútil. Desde que tu lhe correspondas, caminharás na luz. Grande é a oração à qual só responde o silêncio; basta que o deus exista. Se o teu amor é aceite e há braços que se abrem para ti, então pede a Deus que salve esse amor de apodrecer. Eu temo pelos corações cumulados."
Antoine de Saint-Exupéry, in 'Cidadela'
Serão ainda reminiscências do filme que vi ontem, no AXN, para me lembrar deste texto, tão profundo do meu conterrâneo, que, tão eloquentemente falou de uma coisa tão dificil de falar, como é o amor...sempre...

Only you...

Acabei de ver um filme tão, mas tão incrível que nem tenho bem palavras para o descrever... O filme é de 1994 e chama-se only you, com Marisa Tomei, Robert Downey Jr, Billy Zane e o "nosso" querido Joaquim de Almeida. Tem a ver com destino, almas gémeas, sol, lua, estrelas, enfim, o bouquet completo... Tudo coisas em que eu acreditava... Ainda acredito, mas apenas penso que já não serão para mim... Mas elas existem e andam aí... Sorte de quem as encontra...Mas tendo sido quase duas horas de emoção e sentimentos tão fortes, não me sinto com coragem para proceder á tradução da sinopse do filme e a única que encontrei em português estava deveras incompleta... Assim, vou colocar a sinopse em inglês e, caso algum dia me encha de coragem e de tempo (pois estas coisas são simples, mas levam sempre o seu tempo) traduzi-la-ei então.
Assim, sem mais demoras, aqui está a sinopse:
Destiny. Faith (Marisa Tomei) believes that two soul-mates can be united if they find each other. From the Ouija board, she has found the name of her missing half, and it is D-A-M-O-N B-R-A-D-L-E-Y. Later, at the carnival, the fortune teller sees the name Damon Bradley in the Crystal Ball and Faith is convinced. She is told that "You make your own destiny,...don't wait for it to come to you", but she is looking for Damon. 14 years later, she is engaged to a dull podiatrist and plans to marry until she gets a call from one of his classmates who is on his way to Venice, Italy. The classmate is Damon Bradley. Rushing to the airport to see her soul-mate, she misses him and the plane, but decides, then and there, to go after him. So Faith and her sister-in-law Kate both board the next plane for Italy hoping to find her Damon.
My opinion: In the end, she will find that she really needed to find Damon to find her true destiny…Whatever its called...
...sempre...

sábado, 23 de agosto de 2008

O aniversário do meu irmão...

O meu irmão faz hoje anos... Desde que viémos de França que ele tem sido uma espécie de pilar para mim! Era aliás, pela segurança que ele me proporcionava que eu dizia que gostaria que o meu primeiro filho fosse um menino, pois eu sentia-me tão segura que gostaria que o meu segundo filho tivesse a mesma sensação...Tenho até algumas amigas que acham estranha a nossa relação, pois, sempre que falo dele, faço-o com um carinho tão especial, sem aquelas mágoas sempre tão presentes nas relações fraternais. Claro que na nossa infância tivemos, como todos os irmãos, rivalidades, discussões, muita pancada, mas nem sei bem como, como não tínhamos mais ninguém por perto pois vivíamos algo isolados, acabámos por criar uma simbiose algo peculiar... Algo que se mantém até aos dias de hoje... Gosto mesmo muito dele, ao ponto de já me ter prejudicado muito para o poder ajudar... E voltaria a fazê-lo sem pensar duas vezes... Parabéns, mano! Parabéns, Vitó!...sempre...

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Gaiva, gaivota ou morganiça...

Já há algum tempo que tenho alguma curiosidade sobre as alcunhas que pertencem à minha família, provenientes das 2 partes da minha família. Gaiva ou gaivota por parte de mãe e morganiça por parte de pai. Após alguma pesquisa, tive apenas algumas respostas, e mesmo as que tive, não consigo saber se são ou não reais, pois quem me poderia trazer alguma luz sobre o assunto, já seguiu, infelizmente, para a Luz, fazendo agora parte do céu estrelado... Mas, do que consegui apurar, tenho o seguinte:

Sou Gaiva, porque o meu avô era conhecido por Carlos Gaiva. O que quer dizer Gaiva? Gaiva significa tenda ou escavação feita na terra pelas águas das chuvas. Ora, que eu saiba, isto nada tem a ver com o meu avô ou com a sua profissão... Era latoeiro... Muitas horas passei eu a vê-lo trabalhar, a aquecer a solda, a soldar lata para no fim sair um balde, um regador, uma almotolia, tanta coisa que ele fazia com tanto rigor, com tanto empenho e profissionalismo... Que pena tenho eu que as minhas filhas nunca cheguem a vê-lo fazer estas criações... Que orgulho tinha eu e ainda tenho no seu trabalho... Em sua homenagem, dei a todos os convidados do meu casamento um pequeno regador de lata, como os que eu tantas vezes o vi fazer... E mandei fechar um em vidro que se mantém ainda hoje na sua campa... espero que ele tenha gostado...

Mas continuo a não entender de onde vem o nome Gaiva. Ao pesquisar o seu significado, na esperança de ter alguma pista que me levasse ao seu significado, encontrei não só aquele que já aqui vos referi, mas também que Gaiva seria o mesmo que goivadura, ou seja, um entalhe feito com uma goiva, uma espécie de formão para lavrar meias canas côncavas. Ou seja, nada de util na presente situação, a não ser um aumento de cultura geral, de dificil aplicação no futuro... Mas também aproveitei para perguntar à minha mãe e ela disse-me que o nome já vinha do avô dela, ou seja, não me parece que eu consiga descobrir porque é que nós acabámos com esta alcunha.

Mas a realidade é que, desde o tempo do meu avô até aos dias de hoje, o nome tem sofrido algumas alterações na minha geração, ou seja, comigo e com os meus primos. Um deles, sofreu uma adaptação de gíria desportiva e, devido à utilização do nome nos jogos de futebol, passou a ser chamado de Gaibéu... No meu caso, saltei de Gaiva a gaivota, mais impulsionado pelo meu marido que adora usar as gaivotas das zonas marítimas para nos "atormentar" dizendo que são uma espécie que nem para comer presta, que deveriam ser todas exterminadas... Enfim, também adora "chatear" a sogra com este tema... Agora anda a tentar ensinar a minha filha mais nova a chamar a avó de Vovó Gaivota...
Mas eu até confesso que nem me importei muito com a mutação sofrida pelo nome, pois as gaivotas são animais sublimes, aos quais tenho agora um carinho especial e considero uma espécie linda! E assim, sei que quem olhar para elas, pode sempre lembrar-se de mim...
Já em relação ao nome morganiça, eu já sabia que estava relacionado com umas plantas que havia junto à casa da minha bisavó que eram as chamadas morganiças. Claro que ninguém poderia ter colocado uma alcunha lógica, fácil de descobrir... Então, o mais perto que cheguei, e que não posso garantir a veracidade de, foi a uma planta chamada morganheira, que sendo a minha familia paterna de uma aldeia, acredito que fosse fácil adulterar o nome morganheira até chegar a morganiça... Assim, e pesquisando pelo nome científico da dita, encontrei a Euphorbia-characias, que, pelo aspecto, me parece familiar da zona. Acredito por isso que sejam estas ou outras parecidas a razão da minha alcunha paterna. O meu avô paterno nunca cheguei a conhecer... Morreu muito antes de eu ter nascido... Mas não é bem verdade que nunca o cheguei a conhecer, pois ele deixou um diário que eu encontrei à alguns anos e nessa altura descobri coisas sobre ele que nem o meu pai, seu filho, sabia... Senti na altura que o conhecia...

Bom, acho que isto dá para descrever de forma algo confusa a razão das alcunhas que me rodeiam e com as quais vivo sem grandes problemas... O meu pai não morre de amores da sua alcunha (mas como também é mais uma alcunha simbólica, mas que ninguém o chama por ela, está tudo bem), já a minha mãe não tem problemas com a sua real alcunha Gaiva nem com a adulterada alcunha gaivota... E eu, confesso que agora estou até mais satisfeita por ter pesquisado um pouco sobre ambas as alcunhas... Sylvie gaivota morganiça...sempre...

fotos:www.californiagardens.com/ images/ e m. daech - laoen

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Visita ao zoomarine...

UAU!!! Foi caro!... Muito caro, mas muito bom... Só o ver a cara das minhas "sereias" quando assistiam aos espectáculos das araras, golfinhos, focas e leões marinhos e finalmente das aves de rapina, valeu cada cêntimo...Também temos que entender (e eu entendo) que, apesar de ser caro, a sua sobrevivência depende destes meses de verão, sem os quais dificilmente conseguiriam garantir a subsistência dos animais durante o resto do ano, em que não há forma de rentabilizar o projecto ( por exemplo, aprendi ontem que um leão marinho chega a comer 13 Kg de peixe por dia, são quase 5000Kg de peixe por ano!)...Uma coisa à qual adorei assistir com a minha filha mais velha foi um espectáculo 4D, que, sendo interdito a crianças com menos de 3 anos, estava obviamente vedado à minha pequenina. Foi muito bom, ainda que, logicamente, me fizesse falta a minha benjamim, que por esta altura se encontrava pela rua com o pai. Finalmente, a minha pequenina não aguentou e adormeceu-me nos braços por alturas do espectáculo das aves de rapina. Mas o difícil mesmo foi, depois de todos os espectáculos assistidos e depois de um bocadinho de sono passado, retirar a minha filha mais nova do carrossel de 2 andares que se encontra no recinto. Foi um dia muito cansativo (para mim!), mas bom, pois foi em prol das minhas filhas...E por elas não há sacrifícios que eu não esteja disposta a fazer...Hoje e ...sempre...

sábado, 16 de agosto de 2008

Ser poeta é...

Ontem ao regressar a casa, ouvia-se RFM, como habitual (só não é verdade quando ouço as minhas colectâneas) quando começou uma música que eu considero uma maravilha, apesar de não morrer de amores pelo cantor que a interpreta... A música é dos Trovante, e chama-se Ser poeta (perdidamente). A autora deste poema tão inspirador foi na verdade Florbela Espanca, nascida em Vila Viçosa em 8 de Dezembro de 1894, tendo posto fim á sua vida em 8 de Dezembro de 1930, em Matosinhos.

Ser Poeta

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

É verdade que este poema já é sobejamente conhecido, mas nunca é demais referenciar poemas destes, num país como o nosso, em que estas pérolas são tantas vezes ignoradas... Mal posso esperar que a minha filha tenha idade suficiente para entender estes textos e apaixonar-se por eles como tantas vezes me acontece... sempre...

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

De férias...

Cá estou eu... De férias em terras algarvias... A última vez que aqui estive foi a 12 de Julho... Fixei esta data porque foi no dia em que tomei uma resolução, que acabei por violar passado alguns dias (confesso que um dos problemas que tenho, e reconheço que tenho, é tomar uma resolução e conseguir manter-me fiel a ela). Ontem foi um dia emocionalmente esgotante para mim... Talvez por sair da minha casa, do meu território, certamente por achar que não verei mais o meu amigo de 4 patas com vida e ter que me despedir dele... Mas também por ter um pressentimento em relação a estas férias... Uma vibração má, algo que acredito vá acontecer durante ou após estas férias, ainda que não saiba bem o quê... Detesto ter estas intuições... Detesto, porque geralmente estão correctas... A realidade é que eu preferia não estar de férias... Não agora... Não assim... Nem sei explicar muito bem, mas isto, este cenário não me parece correcto... A grande vantagem vai ser passar um tempo com as minhas filhas a brincar, a tentar compensar por alguns momentos em que fui requisitada e não estava ali, com elas, estava longe, indisponível... Mas isso agora já lá vai, e agora, estou com elas e com elas viverei estas férias, sem pensar em mais nada (pelo menos tentarei), e do futuro, falarei no futuro...Boas férias... sempre...
Adenda: Acabei de tomar um banhinho com a minha pequenina... É mesmo verdade que as melhores coisas da vida são gratuitas... E amar é uma delas... Como é bom amar... E eu amo as minhas filhas...sempre...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Músicas que fazem chorar...

Antes de mais, gostava de começar por pedir desculpa, considerando que vou sair agora do escritório, porque quero ir de férias, mas não queria deixar assuntos pendentes, resolvi, no entanto, escrever algo aqui antes de sair, mas a realidade é que, devido ao avançar da hora, é bastante provável que a minha coerência se encontre bastante debilitada... O que me leva a vir aqui antes de me retirar é o facto de ter estado a chorar... Nada de mais, mas enquanto estava a trabalhar, ia ouvindo a RFM e eis que surge a música do Eric Clapton - Heaven. Para quem não saiba, ele escreveu esta música para dedicar ao seu filho de poucos anos que morreu ao cair de uma varanda... Eu, para quem não saiba, perdi uma criança que, mesmo sem a ter conhecido, já amava! E esta música, obviamente mexe com o meu íntimo de uma maneira especial, pois, não querendo comparar o incomparável, também senti na altura a perda... E é um sentimento que nunca desaparece... Agora, como dizem os meus conterrâneos, "la cerise sur le gateaux", juntem a este momento já tão carregado de emoção , como aconteceu logo de seguida, a musica "Angel", de Sarah McLachlan, que me é tão querida, por razões pessoais... e esta receita tão especial só poderia dar mesmo... Caldo...Tenho um problema que é o de não ser capaz de ouvir uma música só pelo seu som... Eu ouço a sua letra antes de mais, sempre, o que torna impossível não ser afectada pela maioria delas, pois se repararem bem, as letras das músicas são algo de muito poderoso... É a "letra" das músicas que ouço quando selecciono alguma para o meu cantinho do sentir com música! Bem, vamos responsabilizar a hora tardia e acabar por aqui, enquanto ainda tenho força para ir para casa...sempre...

Eu e a Lua...

Ultimamente, tenho a sensação que cada vez que olho para o céu, lá está a Lua à minha espera... Nem precisa ser noite para isto acontecer, o que muito me tem espantado. Na realidade, a meio da tarde, nas situações mais inesperadas, lá tem ela estado a olhar para mim, no exacto momento em que me deparo com ela, lá, no alto, numa altura em que não contava com ela lá e nem sei muito bem como, lá está ela... À alguns dias atrás, estava muito calor e tinha eu a janela do meu quarto aberta quando me deparei com a sua beleza, por cima da natureza que consigo vislumbrar da janela do meu quarto, neste caso, da minha cama...

Ontem mesmo, quando eu chegava a casa, lá estava ela, novamente por cima do verde, ainda tão visivel, dos montes que rodeiam a minha casa, ainda que longíquos...

E hoje; hoje vinha de casa de alguém que afinal não estava em casa, quando me deparo com ela, lá, em todo o seu esplendor, qual quadro pintado com todo o cuidado, novamente num fundo inspirador a lembrar o mundo de antigamente, onde a pouca tecnologia existente servia efectivamente para ajudar o povo e não, como acontece actualmente, para contribuir para um ambiente nefasto em qualquer empresa ou casa... Mas não me vou desviar agora dos meus intentos... Que dizem respeito à Lua... à linda, brilhante e tão abrangente Lua, que diariamente acompanha todas as estrelinhas que me são queridas, e das quais já aqui falei... E que nunca permite também que eu me sinta só... ainda que o esteja... sempre...
Nota sobre as fotos: Considerando que a minha máquina é básica e não possui lentes para fotos de tanto alcance, é lógico que estas fotos não conseguem nem de perto demonstrar a força da Lua sempre que a encontro, mas basta irem à rua e verem por vós mesmos, que a Lua está lá para todos... não só para mim... sempre...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

O Mundo é de Quem não Sente...

O mundo é de quem não sente. A condição essencial para se ser um homem prático é a ausência de sensibilidade. A qualidade principal na prática da vida é aquela qualidade que conduz à acção, isto é, a vontade. Ora há duas coisas que estorvam a acção - a sensibilidade e o pensamento analítico, que não é, afinal, mais que o pensamento com sensibilidade. Toda a acção é, por sua natureza, a projecção da personalidade sobre o mundo externo, e como o mundo externo é em grande e principal parte composto por entes humanos, segue que essa projecção da personalidade é essencialmente o atravessarmo-nos no caminho alheio, o estorvar, ferir e esmagar os outros, conforme o nosso modo de agir.
Para agir é, pois, preciso que nos não figuremos com facilidade as personalidades alheias, as suas dores e alegrias. Quem simpatiza pára. O homem de acção considera o mundo externo como composto exclusivamente de matéria inerte - ou inerte em si mesma, como uma pedra sobre que passa ou que afasta do caminho; ou inerte como um ente humano que, porque não lhe pôde resistir, tanto faz que fosse homem como pedra, pois, como à pedra, ou se afastou ou se passou por cima.
Fernando Pessoa, in 'O Livro do Desassossego'
Achei este texto lindo, actual e tão real que não podia deixar de o colocar aqui. Eu costumava dizer que o mundo não era dos inteligentes, era dos espertos, mas agora, com este texto, vejo que é de quem não sente...sempre...

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Sentença...adiada...

Consegui um prolongamento para a permanência do meu amigo Lord durante tempo indeterminado junto a mim... Ainda assim, o perigo não passou... Líquido nos pulmões e dois sopros no coração... O prognóstico não é nada animador... Mas ele parece estar a reagir... Confesso que eu começo agora a ficar um bocadinho mais relaxada, mas foi um dia extremamente tenso... Sem saber como estaria o meu companheiro das horas dificeis (e das outras também, que aliás, entre nós foram mais que muitas), pois tinha ficado internado no consultório do veterinário sob medicação, sem saber se o voltaria a ver com vida, nesta vida! Mas, finalmente, talvez nem tudo seja obrigado a ser negativo, pode ser que, desta vez, a sorte, nem que seja acidentalmente, tenha tirado o meu número e assim, não seja o azar a bater-me à porta... Claro que, a julgar pelos últimos tempos, não me vou agarrar a esta esperança com muita força, pois não seria a primeira vez que, quando tudo parecia caminhar para um veredicto positivo, eis que surgem novas provas na acusação que me enviam de volta ao cárcere...Do futuro, desta feita, do futuro do meu amigo de quatro patas, falarei no futuro, esperando que o haja e que seja duradouro...sempre...

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Despedaçar o coração...novamente...

Tenho estado a reparar que vou ter que preparar o meu já fragilizado coração para mais uma estocada que se avizinha... O meu cão... O meu Lord... Minha companhia desde há 13 anos caminha agora a passos largos para o grande desconhecido... E vai custar-me... Muito... Mais do que posso sequer imaginar... Esta cão, meu amigo, companheiro, acompanhou-me em grande parte da minha vida adulta, dando-me apoio quando mais ninguém o fazia e nunca me abandonando... e agora vejo que estou prestes a perdê-lo... Nem sei como vou recuperar dessa perda, pois, só a possibilidade de tal ocorrência, enche os meus olhos de água e aperta-me o coração como quando nos despedimos de alguém que sabemos não mais ir ver ou nem chegamos a ter a possibilidade de o fazer... Mais uma estrelinha que vai incorporar o céu já tão iluminado graças às perdas que já sofri na vida... Outra injustiça que, novamente, serei incapaz de impedir e terei que, apenas e só, descobrir como superar...Por ele, pela sua volta quando já este ano desapareceu, prometi e cumpri deixar de beber Coca-Cola (meu vício quase milenar), e ele voltou, mas agora, o que posso eu oferecer ao Ceifeiro para impedir que ele o leve? Nada, penso eu! E mais uma vez, cá vou ficar, sozinha e desta vez sem a sua companhia, a apanhar os bocados do meu coração, que, mais uma vez se despedaçará quando mais este "amigo valioso" (e para mim, parte da minha família), o abandonar...Mais uma vez, o ciclo da vida... Da injusta vida...sempre...
Foto: Lord, 8.8.2008

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Sabedoria em poucas palavras...

Desde que comecei este blogue, confesso que mudei imenso a minha maneira de estar na vida... Já sofria em ter que fazer um texto, fosse qual fosse o seu propósito, pois, por mais que tentasse, o meu cérebro já não conseguia articular mais do que duas ou três expressões incoerentes que, por alguma razão desconhecida, no momento em que eram requisitadas, faziam sentido, por não mais haver no "depósito" de palavras, que fora em tempos rico em matéria cinzenta...
Mas, desde à alguns meses atrás, muito mudou... Voltei a ter gosto em escrever, voltei a povoar a mente com riqueza literária (própria e dos outros - reconhecidos ou não), mas voltei essencialmente a sentir que voltava a ser o EU de outrora, uma pessoa que não entrava em pânico por ter que me dirigir a alguém através da "pena" e que voltava a ter agora o dom da articulação da palavra...
Sabe bem, desbestificar o cérebro! Combater a tendência crescente do nosso povo em acomodar-se e considerar como cultura a tristeza cultural que nos é facultada pela nossa televisão, negligenciando grandes obras literárias, tidas como um fardo na adolescência, mas que, após o "fardo" passado, aprendemos a gostar e a dar valor...
O mesmo se passa com as citações... Tenho reparado que, através do messenger (na minha opinião, grande impulsionador actual de cultura sob a forma de citações), uma grande parte dos meus contactos utiliza este meio para se exprimir, desabafar ou por vezes até mesmo para se "vingar" da vida, vulgo, destino...Também aqui se encontram grandes revelações, por vezes plagiadas ,mas na sua grande maioria identificando-se devidamente o autor do pensamento...
Em relação ao plágio, condeno-o vivamente! Podiam ao menos fazer como uma amiga me sugeriu quando não conseguiamos identificar o autor de uma citação ao dizer-me que lá colocasse " escrito por alguém num momento de inspiração", Genial, não? Claro que foi a brincar pois a pessoa em causa não plagia pensamentos, nem tem necessidade disso pois os seus próprios pensamentos são surpreendentes, tornando-se o plágio desnecessário por falta de razão de ser!
Foi a pensar nas já citadas revelações que pensei em fazer aqui um acumulado destes pensamentos, devidamente identificados os seus autores... Mas, sendo uma lista e sendo que os meus conhecimentos nesta área dos blogues são deveras restritos, a forma como o irei fazer será editando esta mensagem de cada vez que achar necessário ou útil ou mesmo apenas interessante a introdução de um novo pensamento, até que encontre, caso o haja, uma forma melhor de o fazer... Assim, esta mensagem será, ao invés das restantes, uma mensagem dinâmica, revista sempre que necessário! Assim sendo, não podia deixar de começar com a frase que utilizo no cabeçalho do meu blogue, continuando depois com todas as que achar pertinentes, ainda que, para quem as ler possa não fazer sentido, pois não saberá o que está por trás de cada uma delas... Mas todas elas terão uma razão de ser... sempre...

1 - O amor é filho da ilusão e pai da desilusão - Miguel Unamuno
2 - Aquele que amo desejo que seja livre...mesmo de mim! - Anne Morrow Lindbergh
3 - Como fica forte uma pessoa quando está segura de ser amada! - Sigmund Freud
4 - Mesmo as noites totalmente sem estrelas podem anunciar a aurora de uma grande realização - Martin Luther King
5 - Algo é impossível até que alguém duvide e acabe provando o contrário - Albert Einstein
6 - Todos nós temos a força suficiente para suportar os males dos outros - François La Rochefoucauld
7 - Duas coisas me admiram: a inteligência das bestas e a bestialidade do Homem - Flora Tristan
8 - Entre a brutalidade para com o Animal e a crueldade para com o Homem, há só uma diferença: a vítima - Alphonse de Lamartine
9 - Enquanto não amarmos um animal, uma parte da nossa alma permanecerá adormecida. - Anatole France
10 - O amor calcula as horas por meses, e os dias por anos; e cada pequena ausência é uma eternidade - John Dryden
11 - Aquilo que sentires encontrará por si mesmo o seu caminho - Jack Kerouac
12 - Acredito que quando o coração está ocupado por alguém, podem passar anos e até outras pessoas que, se duas pessoas tiverem que ficar juntas, irão ficar - Danae Magalhães
13 - O amor que não é loucura não é amor - Pedro Barca
14 - A força não provém da capacidade física, mas da vontade férrea - Mohandas Gandhi
15 - O essencial é invisivel aos olhos - Antoine de Saint-Exúpery
16 - Valoriza-te para mais: os outros ocupar-se-ão em baixar o preço - Anton Tchekhov
17 - A amizade não se busca, não se sonha, não se deseja; ela exerce-se (é uma virtude) - Simone Weil
18 - A força dos maus é eles considerarem-se bons e vítimas dos caprichos alheios - Alain [Émile-Auguste Chartier ]
19 - Os que não esperam uma nova vida já estão mortos nesta - Goethe
20 - "O tempo é o único capital das pessoas que têm como fortuna apenas a sua inteligência" - Honoré de Balzac
21 - "Leve é a tarefa quando muitos dividem o trabalho" - Homero
22 - "Perco o desejo do que procuro ao procurar o que desejo" - Antonio Porchia
23 - Ama-me quando menos mereça, já que é quando mais preciso! - Provérbio chinês

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Finalmente, uma pausa...

Finalmente a medicação está a fazer efeito... Apesar de ainda sentir dores, estas são francamente mais suportáveis... O "milagre" é um derivado da morfina á base de opiáceos que, lamento dizer, acabou de me fazer vomitar, além de me estar a fazer suar e tremer à aproximadamente 5 horas, desde pouco depois de o ter tomado, por volta das 18horas, mas pelo menos as dores abrandaram... E estes "pequenos" efeitos secundários são uma benção comparados às dores que eu tive que suportar nas últimas 24 horas...Claro que agora tenho que me resignar a uma dieta forçada, pois sei que tudo o que viesse a ingerir teria uma ordem de despejo imediata, mas isso, convenhamos, mal não me irá fazer...
Não sei como estarei amanhã, mas tendo em conta os efeitos nocivos que esta medicação apresenta, além de afectar a condução (o que no meu caso poderia, quando muito, melhorá-la, Eh,Eh!), não me parece que possa tomá-la novamente, aliás tenho a certeza que não a tomarei novamente, pois tenho que levar a minha filha á escolinha e se há uma certeza que tenho é que preferia passar dias inteiros a contorcer-me de dor que pôr, por um segundo só que fosse, a fragilidade da minha princesinha á prova e colocá-la de qualquer forma em perigo ao conduzi-la à escolinha sob o efeito da medicação... Afinal, é pelas minhas filhas que faço os maiores sacrifícios e por elas continuarei a fazê-los...Sempre...

Sofrimento atroz...

Está quase a fazer 24 horas que sofro de forma agonizante... Desta vez, nem a Lua que brilhava de forma sublime no céu estrelado me pôde ajudar, pois, geralmente recorro a ela quando a dor é emocional, mas desta vez, a dor excruciante é mesmo física... Uma dor tão forte que me tem provocado suores frios, além de vómitos e tonturas... Nunca pensei sentir algo assim. Desde ontem que tenho a sensação de estar a ser esquartejada por lâminas que, em vez de cortarem apenas uma vez e deixar sarar a ferida, continuam insistentemente a passar pelo mesmo local sem qualquer tipo de compaixão...Tão fortes foram as dores durante a noite que, ás 6h estava eu a banhar-me em água gelada que, para quem me conhece sabe que àgua fria é para mim o equivalente à tortura... mas a tortura que senti naquele instante em nada se comparava à que houvera sentido toda a noite... Pois esta trouxe-me algum alívio, ainda que passageiro ( ao provocar-me uma certa dormência fisica)enquanto que a tortura sentida durante a noite, nada nem ninguém conseguia aliviar... E acreditem que eu bem pensei em coisas, situações, Pessoas que me dessem força, mas foram todas infrutíferas e insuficientes... Neste momento, continuo a sofrer de forma horrível, mas espero, ESPERO, que vá amenizar para que eu possa trabalhar, apesar de ter intenções de ajudar à amenização entupindo-me de medicação/morfina/drogas, o que encontrar primeiro à venda que, para quem me conhece também, sabe que só tomo medicação quando estou mesmo para morrer... O que neste momento também seria bem vindo (não, ainda não enlouqueci, é figura de expressão!).... Qualquer coisa para parar a dor...sempre...

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Medos com fundamento...

Detesto ter razão... Mas neste caso tinha... Lá vieram as más notícias... O médico sabia que isto ia acontecer, mas "esqueceu-se" de me preparar para a coisa... Será que eles pensam que os pacientes não têm capacidade para aguentar a verdade toda de uma vez? Porque eu confesso que preferia saber de rajada, como se vai desenrolar todo este processo que eu tenho, obrigatoriamente, de ultrapassar, do que ser, a cada consulta, surpreendida com mais uma novidade, que aparentemente até nem o é (para os médicos), mas que eles, convenientemente, se esquecem de nos dar a conhecer, impossibilitando-nos a capacidade de nos preparamos para elas... De cada vez que isto me acontece, perco força, força que já quase nem tenho, mas que tanta falta me faz...O futuro, do qual costumo dizer que falarei no futuro, avizinha-se difícil, pois cada dia me aparecem mais e novos obstáculos... E hoje veio mais um... Doloroso, por sinal... Vejamos o que traz o futuro, do qual falarei no futuro...sempre...

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Medo...

Estou com medo... Não será aquele medo de pânico, mas um medo "racional" de quem espera más notícias... Amanhã vou a uma consulta de controlo referente á operação a que fui submetida já este ano... E é daí que vem o meu receio... Tenho o pressentimento que o médico me vai dar más notícias, me vai dizer que tudo o que passei foi em vão e agora temos que recomeçar do início... E eu confesso que começo a já não ter forças este ano para mais más notícias... O mundo como eu o conhecia parece estar em plena revolução! E a minha vida acompanha-o religiosamente! Para ajudar, a minha imaginação anda mais fértil do que nunca... Já me disseram que eu deveria seguir uma vertente de argumentista... Confesso que em relação a esta consulta de amanhã, já fiz filmes que fariam corar o Spielberg por falta de imaginação... Mas está na altura de parar de sofrer por antecipação e esperar o que me vai trazer o dia de amanhã, afinal , como tenho actualmente no meu messenger, "A paciência é a única solução para os males que não têm solução"( Joseph Joubert)...Sempre...

domingo, 3 de agosto de 2008

Nós no Zoo...

Levámos as meninas ao Zoológico... Que animação!
Elas vibraram ao ver todo e cada um dos animais que, pela primeira vez viam de uma forma tão nítida, ao vivo!
Enquanto a mais velha era mais comedida, a mais nova só não se atirava para cima dos "gatos grandes" (subentenda-se tigres e leões), graças às barreiras de segurança, para segurança, presumo eu... dos pobres bichos! Eh,Eh!
Foi um dia assaz diferente, mas nem assim escapámos aos dramas habituais de quem quer que crianças se comportem como adultos
... sempre...

sábado, 2 de agosto de 2008

O Sol e eu...

Hoje estava a eu a começar a limpar o meu carro, (tarefa que começou de manhã para só acabar à noitinha, com várias interrupções pelo meio), quando de repente me senti impelida a abrir os braços e deixar-me envolver pelos raios do Sol que naquela altura brilhava de uma forma tão envolvente quanto agradável e doce... De repente, nada havia á minha volta, só lá estava eu e o calor do sol que me envolvia e me abstraía de tudo o resto e me fez vibrar... Que bem me fez sentir, que saudades eu tinha do Sol...sempre...

A minha filha e as línguas...

Ao acompanhar o crescimento de uma criança, conseguimos detectar com alguma facilidade quais são as suas aptidões...
Lamento dizer que as da minha filha mais velha não incluem as línguas (nesse aspecto herdou a qualidade ao pai)...
Além de já ter quase desistido de lhe ensinar francês (a minha língua materna), tenho visto nos últimos tempos que a sua imaginação vai muito além das histórias que povoam o imaginário dos mais novos, chegando mesmo ao ponto de inventar palavras novas para um dialecto em que já foi tudo inventado... O inglês.
Senão vejamos alguns dos exemplos a seguir que retraram algumas das fases em que tive que descobrir o que tentava a cachopa dizer...
A txi vancha Zulu ... alguém sabe? - Pois bem, esta maravilhosa frase é "sinónimo" de Happy Birthday to you... Que vergonha, ninguém adivinhou... Nítido desta forma...
Vamos lá a outra então, esta é muito fácil... Atêmifô - E então? Nada ainda??? Ok, eu ajudo, esta quer dizer - Give me hope , da música Gimme Hope, joanna de Eddy Grant. Vá lá, esta era de caras....
E finalmente, esta confesso que andei algum tempo até descortinar o que estava por trás da poesia que cantava a minha filha:
Hey, Tchão, leão - Alguém, atrevo-me ainda a perguntar? Pois, esta não é tão fácil, mas se eu disser que tem a ver com uma música de Melanie C, muito em voga à algum tempo atrás... Ainda não? Ok, é a música First Day of my Live... E a frase em questão é " Hey, what you're looking for..." Pelo menos a minha pequena vai-me mantendo ocupada enquanto tento traduzir para uma lingua "já existente" as coisas novas que ela me vem a cantar para casa... E assim vou passando o tempo...sempre

Eclipse, desta vez solar...

Hoje... Aliás, ontem, pois à hora que escrevo esta mensagem já passa da meia noite, então já não é dia 01.08.2008. Então, como dizia eu, ontem ocorreu um fenómeno muito raro... Um eclipse solar... Curiosamente, não costumo ligar muito a estas coisas, mas confesso que agora, actualmente, estas ocorrências cósmicas despertam-me algum interesse e simpatia... E achei curiosidade a esta...
Por várias razões, sendo a principal que, mesmo sem de nada saber, (pois só tomei consciência deste facto ao jantar), ter escolhido este dia para colocar a minha mensagem "O Sol e a Lua" que no fundo tudo tem a ver com este acontecimento cósmico e genuíno... A ser verdade que sol e lua foram separados e destinados a uma eternidade separados, é delicioso poder verificar que há alturas em que, desafiando o impossível, eles conseguem amar-se de forma tão sensual e pura...
Mas, que tal um pouquinho de privacidade aos pombinhos... seria simpático, não? E um eclipse lunar... Quando será?...sempre...

Alcaçuz e queijo...

Desde pequena que gosto de alcaçuz... Eu conhecia-o como "réglice" e é outra das coisas que eu trago da minha infância... Acho que não conheço nem nunca conheci mais ninguém que goste ou gostasse de alcaçuz... E confesso que nem as minhas filhas eu consegui convencer... Deve ser coisa de franceses... Isso e queijo que, sim, confesso, também adoro! Sempre que dou um jantar em minha casa, não consigo evitar comprar pelo menos 6 tipos diferentes de queijo e, a menos que quem cá venha sejam "conterrâneos" do meu país natal o que os faz igualmente apreciadores de queijo, o que acontece é que acabo por ter que comer nos dias seguintes quantidades industriais de queijo que comprei sem que ninguém quisesse comer, apesar de em nada ficar surpreendida pelo ocorrido... estranho, não? Dah!

Ainda não desisti de encontrar mais alguém que goste de alcaçuz, afinal, se a dita coisa continua a ser comercializada, alguém além de mim deve gostar, não?...sempre...

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

O Sol e a Lua...

Há uns dias, deambulava eu pela net quando encontrei um texto magnífico... por acha-lo tão cheio de sentimento e de uma sensibilidade enorme, resolvi incluí-lo no meu blogue, para poder partilhá-lo... No entanto, por ser um texto tão extenso, mantê-lo-ei apenas durante uns dias após os quais colocarei um link para não vos privar desta pérola de sentimentos... sempre...

"O Dia em que o Sol Encontrou-se com a Lua"

Conta-se, que há muito o Sol andava tristonho pela Terra. Seus raios, já não eram tão “fortes” como antes e por mais que o fizesse, sempre era encoberto por alguma nuvem escura que percorria o céu num forte vendaval. Os pássaros, as flores, os animais, todos se questionavam sobre o distanciamento do sol. Numa manhã; que seria bem mais bonita, se o Sol estivesse com seu esplendor total; uma ave de vôo inigualável chamada Condor; arriscou-se e quis tentar conversar com o astro rei.
O sol percebendo a dificuldade do Condor para se aproximar, tranqüilizou-o dizendo: - Linda ave; de vôo quase perfeito, porque queres chegar a mim, se estou por toda parte deste planeta? O Condor ouvindo a pergunta do Sol lhe respondeu, já exausto pelo vôo: - Gostaria muito de saber o que lhe deixa tristonho. O planeta está quase sem tua luz: os pássaros já não sabem mais para onde ir; as flores, principalmente o girassol; já não sabe mais se fica acordado ou se dorme; os animais já não sabem mais se ficam em suas tocas ou saem para caçar; as lavouras estão se perdendo... Tudo está tão confuso, que resolvi arriscar este vôo e lhe perguntar qual seria o problema.
O Sol percebendo a preocupação do Condor disse-lhe: - Não sabia que estava causando tantos transtornos! Confesso que me absorvi em meus pensamentos, que não me dei conta do que estava fazendo. Posso tentar solucionar isto tudo; prometo tentar... O Condor percebendo a “dúvida” que ficou nas palavras do Sol, ainda insistiu na mesma pergunta: - Mas o que está ocorrendo, que lhe tirou a atenção do resto do mundo? Poderia lhe ajudar, se você me dissesse o motivo.
O Sol ainda encoberto, disse-lhe: - Acho difícil alguém me ajudar... Muito difícil mesmo... E já que está disposto a conversar, diga-me: você já amou alguém Condor? O Condor apoiou-se nas encostas de uma montanha; abaixou sua cabeça sem olhar para o abismo e respondeu: - Sim, já amei... Amei uma linda ave, que não era um Condor...Amei e sonhei... Muito... E porque você me pergunta isto? Você que é o Sol! Que possui bem mais dotes do que eu; que possui o poder em suas mãos? Não é possível que não consegue conquistar o amor de sua amada? Qualquer dama se renderia à sua luminosidade; ao seu esplendor; ao seu magnetismo natural; ao seu calor... E antes mesmo que o Condor continuasse, o Sol o interrompeu dizendo: - Qualquer uma, menos ela...
O Condor já intrigado de tanta curiosidade, então perguntou: -Quem Sol? Quem é ela? Que dama lhe ofusca os olhos? O Sol, então olhou para o infinito e disse-lhe com o semblante bem tristonho: - A Lua... A Lua, amigo! Neste instante o Condor em respeito ao Sol, segurou seu sorriso e disse-lhe: - A Lua? Como você apaixonou-se por ela? Como isso aconteceu? O Sol percebendo o espanto do Condor, lhe respondeu: - Aconteceu, que nos encontramos por algumas vezes... Em frações de segundos em alguns lugares, mas nos encontramos! Por que você está surpreso com isso?
O Condor percebendo que o Sol já estava se exaltando, tentou explicar: - Por favor amigo, não quero que fique nervoso comigo. Apenas estranhei a Lua ser sua amada... - Como estranhou? Nunca lhe perguntei a quem você amou e se tivesse dado certo, você não me responderia da maneira como me respondeu! O Condor então disse: - Sim, você está certo... Desculpe-me! O que estranhei, foi que você viu muito pouco esta bela criatura, para poder se apaixonar por ela. Neste instante o Sol então respondeu: - Sim muito pouco... Muito pouco mesmo... Mas nestas poucas vezes, enxerguei dentro dos olhos dela. Vi toda a beleza que ela trazia dentro de si... Enxerguei o seu coração... Senti-o bem próximo a mim... Acreditei naquele olhar... Vi cumplicidade... Vi entrega... Vi amor...
O Condor, observou que o Sol lhe falava, mas seus olhos ficavam fixos no infinito, procurando talvez os olhos da Lua. Então disse-lhe: - Ora, ora amigo, tenho que pensar em uma maneira de lhe ajudar. E lhe ajudando, estarei sendo ajudado... não só eu, todo o planeta! O sol com mais emoção então perguntou: - Como você poderá me ajudar? - Devagar amigo! Primeiro preciso me encontrar com alguns amigos de hábitos noturnos e depois lhe darei a resposta.
E o Condor saiu voando mais que rapidamente e em menos de 5 horas; quase à noitinha, apareceu junto à encosta de uma montanha, onde o Sol já se reclinara para adormecer e disse-lhe: - Veja amigo, o que trouxe junto a mim! São vários amigos de hábitos noturnos e todos eles estão dispostos a lhe ajudar, se você continuar durante o dia no céu, mais forte do que nunca! É esta a única condição imposta por eles, para lhe ajudar! O sol intrigado com tantos animais ao seu redor, então os perguntou: - Então digam, o que vocês fariam? Neste instante uma coruja, com a fisionomia bem experiente e sábia, disse-lhe: - Levaríamos à Lua, seus recados; suas notícias... Tudo que precisar! O Sol neste momento bramiu com grande satisfação ao dito pela coruja. E depois sorriu aliviado dizendo: - Então digam a ela uma “coisinha” muito importante; que nunca tive tempo para dizer; pois quando nos víamos, ficava tão preocupado pelo pouco tempo de encontro; que esquecia de lhe dizer... Digam a ela, que a amo! Que a amo, mais do que tudo! Que estarei sempre esperando para nos encontrarmos! Que serei guardião do dia e ela será a guardiã da noite... E trabalhando juntos, os dias e noites se passarão sem erros e nos veremos novamente! E quando nos encontrarmos novamente, a amarei mais e mais... Nem que demore meio século para este encontro, mas a amarei!
Os animais neste instante se emocionaram com a clareza e transparência do Sol. Agora sim, ele foi sincero em seu sentimento. Ele não o escondeu entre as nuvens escuras e não teve medo de falar o que sentia. E a noite chegou. A primeira a levar o recado foi a coruja. Do alto de uma árvore, disse à Lua as palavras do Sol. Naquela noite, uma chuva muito branda mas “molhada”, molhou a Terra. Cada gota de água da chuva, representava emoções e sensibilidade da Lua. Cada gota de chuva representava lágrimas de amor da Lua! Lágrimas de esperanças... Lágrimas de satisfação... Lágrimas de confiança... Agora a Lua sabia que não estava só... E um dia, se encontraria novamente com o Sol... Nem que demorasse meio século... Mas o encontraria... Na imensidão do tempo...
Márcia Aparecida Silva Zauza
É uma história linda, daquelas que dá gosto conhecer ... sempre ...