quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Razão para assinar...

Acabei de ler e assinar a petição online: «Pela abolição das touradas e de todos os espectáculos com touros»

http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=010BASTA

Todos os que me conhecem sabem que eu abomino este espectáculo e acho que há muito deveria ter sido banido. Não me parece justo que os animais tenham que sofrer apenas para satisfazer meia dúzia de "espectadores" (apesar de eu lhes chamar outras coisas na minha mente). Assim, e para que este degradante espectáculo não chegue a ofender as minhas filhas no futuro apenas por ainda existir, vamos mostrar a todos, aos nossos filhos, que realmente evoluímos e assinar a petição que fará com que este e outros acontecimentos do género acabem de vez.

Subscrevam a petição e divulguem-na pelos vossos contactos. Pelo futuro, pela evolução!

sempre...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O longo braço da Lei...

O Direito e os seus intervenientes têm actualmente para mim um interesse muito especial , estando mesmo intimamente ligada a este mundo...
Foi talvez por isso que um livro dedicado a este tema me chamou a atenção. Enquanto o lia, passei por alguns capítulos que tinham muito interesse, outros, nem por isso... Mas não resisto a reproduzir aqui aquele que foi, para mim, o melhor de todo o livro!
Claro que, não aprovando plágios, irei identificar a obra que recomendo a quem gosta de Direito e também a quem inocentemente acredita que o sistema judicial no nosso país funciona ou poderá eventualmente funcionar sem uma grande revolução (entenda-se alteração de estrutura) e sem grandes mentalidades ao seu serviço... No futuro, quem sabe...
" No princípio andava tudo numa grande excitação. Finalmente, a Justiça Portuguesa iria dar um salto para o século XXI. Os ministros exultavam e, por arrasto, a imprensa também. A façanha chamava-se videoconferência. Não só acabaria com os crónicos atrasos, como, ainda por cima, garantiria comodidade às testemunhas. Esta é a descrição que um juíz enviou, por e-mail, aos amigos.
«Já fiz um julgamento com videoconferência. Foi requerido por quatro testemunhas. Cada uma delas tinha-se deslocado ao tribunal da respectiva área de residência e por isso havia quatro tribunais em stand-by para o "grande momento".
Primeiro erro: o julgamento começa com a exposição introdutória e as declarações do arguido, por isso às 10h - a hora marcada - não se podiam realizar as "video coisas". Os quatro tribunais aguardaram.
Chegou o momento de ver/ouvir a primeira testemunha. Só lhe via a testa, porque o écran do computador estava na secretária do funcionário, que ficava a um nível abaixo do meu. Suspendeu-se o julgamento para mandar vir três Diários da República para colocar debaixo do visor, de forma a que pudesse ver a testemunha.
Iniciada a videoconferência... não havia juíz do outro lado - o malandro estava a fazer um julgamento. Foi chamado e apareceu uma Srª Juíza esbaforida - tinha interrompido o julgamento dela - ajuramentou a testemunha e voltou a sair em passo de corrida. Iniciado o julgamento, constato que...os microfones da sala de audiências de nada servem, pois são incompatíveis com o computador a que está ligado o sistema vídeo.
Uso então o microfone ligado ao computador que traz acopladas umas "orelhas sonoras". Começo a falar com a testemunha. O meu colega do lado bate-me no braço. Retiro as "orelhas sonoras" e ele pergunta-me:
«Então só tu é que ouves a testemunha?»
«Não estás a ouvir...?!», pergunto eu, num tom interrogativo.
«Nem eu, nem mais ninguém.»
Corrige-se o lapso. ordena-se à funcionária que proceda à ligação das enormes colunas de som de 10cm de altura. Já se ouve alguma coisa. O Ministério PPúblico e os advogados arrastam as cadeiras, aproximando-se alguns centímetros do centro da cena. Pergunto:
«Os Srs. Drs. vêem a testemunha?»
Pergunta parva! O visor está virado para mim e não há mais nenhum. Do mal o menos. Não vêem, mas ouvem. Não se pode ser muito exigente, sob pena de se fazer figura de " velho do Restelo". Prosseguimos.
«O Ministério Público deseja fazer perguntas à testemunha?», claro que sim. «Faça favor...» Olhar interrogativo!
«Como? Não tenho microfone...»
Peço ao procurador que se aproxime e, simpático, ofereço o "meu" microfone. Feitas as perguntas pertinentes - com o procurador de pé e torto - os advogados também pretendem exercer o seu ofício. Têm igualmente de se aproximar e utilizar o "meu" microfone, inclinando-se para a frente e torcendo o pescoço porque o fio não tem mais de metro e meio.
E assim ficamos os três juízes, de preto vestidos e sentados à frente e o Ministério Público e os advogados, também de preto, perfilados na fila de trás, em pé.
Não sei porquê, mas lembrei-me que a cena se assemelhava a um jogo da Académica de Coimbra, nos momentos iniciais antes de começar o jogo, com os jogadores a posar para a fotografia da praxe.
O público - pouco, felizmente - nada vê e pouco ouve, mas notam-se alguns sorrisos.
Ordem à funcionária. Vamos à segunda testemunha. A funcionária não sabe fazer a ligação. Sai para chamar um colega que, supostamente, a sabe fazer. Alguns minutos de espera, tudo a olhar para o ar, com expressões compenetradas.Volta a funcionária com um colega.
O colega tenta fazer a ligação e comunica que um dos tribunais que esperava - já tinha passado mais de uma hora - informara que o seu sistema de videoconferência tinha deixado de funcionar(?). Por hoje chega. Gostei muito»
Isto da videoconferência, como se vê, nem sempre resulta. Por isso, num outro caso, decidiu-se que mais valia acabar com a modernice:
«Tendo em conta as dificuldades sentidas com a gravação dos depoimentos prestados através de videoconferência, determino que as testemunhas arroladas prestem declarações presencialmente, aqui, neste tribunal.»
E... aproveitou-se também para adiar o julgamento...oito meses."
In As Extraordinárias Aventuras da Justiça Portuguesa , de Sofia Pinto Coelho

E assim se vive o Direito nos nossos dias! Resta-nos aguardar, esperançados, por um futuro melhor...sempre...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Inocência...

Se há dias em que adoro a inocência das minhas filhas, hoje foi um deles.
Depois de um dia em que correr foi a palavra de ordem, não tinha muito tempo para fazer um jantar pomposo, pois, mais uma vez a correr, tinha que ir levar a minha mais velha para uma aventura nocturna.
Assim, a correr, peguei numas batatas fritas que tinha feito hoje à hora de almoço já em jeito de pré-preparação para um bacalhau com natas, juntei-lhe uns ovos e uns cubinhos de fiambre e toca de fazer uma omolete às "três pancadas".
Nisto, ao cortar o fiambre em cubos, numa tábua de cozinha ( a bem dizer, o que se usa actualmente não é bem uma tábua, mas faz o mesmo efeito), diz-me a minha filha:
"_ UAU, mãe, tu és mesmo a melhor cozinheira do mundo... Fazes isso tão depressa... És mesmo a melhor..."
Pensei corrigi-la, dizer-lhe que aquilo que eu tinha feito nem era nada de mais, mas depois pensei; e porque não aproveitar um pouco os louros que me eram atribuídos? Quem sabe quanto tempo se passará até que a verdade se evidencie deixando eu de receber tais mimos... Já não faltará muito, certamente e, até lá, esta lembrança acompanhar-me-á...
...sempre...