domingo, 30 de novembro de 2008

Dor excruciante...

A razão da minha ausência neste espaço deve-se pura e simplesmente a uma dor... Uma dor pungente e torturante que tem invadido o meu ser desde que sofri uma intervenção na passada terça-feira.
Primeiro, controlei esta dor através de medicação, forte medicação que me trouxe alguma paz e consolo... Mas depois, como diz o ditado, "não há sol que sempre dure nem fartura que nunca se acabe",os efeitos secundários da medicação tomaram em mim proporções nunca antes sentidas, fazendo-me balancear entre as dores da intervenção e os efeitos secundários da medicação.
Porque me dói tanto? Por vezes acredito estar a pagar por erros feitos em vidas passadas... Outras, acredito que se estou a passar por esta provação será porque alguém acredita que tenho forças para tal... Mas não tenho! Já não tenho!
Estou tão cansada de viver entre dores que por vezes sou invadida por uma vontade de tomar uma mão cheia de medicação misturada e finalmente, descansar...
Mas então, surge-me a memória das minhas filhas, e penso, qual seria a mensagem que estaria a passar para elas ao fazê-lo? Que, quando as coisas são dificeis demais devemos desistir?
Não, não quero ensinar-lhes isso... Quero sim, que elas aprendam que, quando as coisas se tornam dificeis, temos que perscrutar bem no ínfimo do nosso ser e encontrar forças onde pensávamos já não existirem...É o que faço diariamente...
Ao analisar o que correu mal nesta intervenção penso... Já sofri esta intervenção por outro médico e não foi tão penível de suportar, então, o que terá corrido mal desta vez???
Eu sei o que foi, mas não o vou aqui deslindar! Basta que eu saiba para evitar que volte a acontecer... Nestes dias já me passaram tantas ideias pela cabeça, umas boas e a augurar um bom futuro, outras nem por isso... por vezes, quando a dor aperta e já nem sei o que fazer, apetece-me desistir... Mas cá dentro, dentro de mim, algo não me deixa... Não é essa a minha essência...
Não consigo esquecer as palavras do médico quando lhe pedi algo para me ajudar a ultrapassar as dores (que eu já sabia que sentiria, apesar de desconhecer na altura a sua intensidade) - "Isso não dói! ", isto não dói?, pensei eu e refutei. Então porque agonizo eu de cada vez que tenho que passar por isso (esta mais do que as restantes, mas em todas elas)?
Há dois anos que luto contra o meu corpo... Estou cansada, desanimada e a precisar de força... Essa força há-de vir... Se não for por mais nada, será porque estou a precisar...sempre...

2 comentários:

Anónimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=zNsrKN3LLo8


Lindo...
Vale a pena escutar!



"Força Estranha

Eu vim um menino correndo
eu vi o tempo brincando ao redor
do caminho daquele menino,
Eu pus os meus pés no riacho.
E acho que nunca os tirei.
O sol ainda brilha na estrada que eu nunca passei.
Eu vi a mulher preparando outra pessoa
O tempo parou p'ra eu olhar para aquela barriga.
A vida é amiga da arte
É a parte que o sol me ensinou.
O sol que atravessa essa estrada que nunca passou.

Por isso uma força me leva a cantar,
por isso essa força estranha no ar.
Por isso é que eu canto, não posso parar.
Por isso essa voz tamanha...

Eu vi muitos cabelos brancos na fonte do artista
o tempo não pára no entanto ele nunca envelhece.
Aquele que conhece o jogo, do fogo das coisas que são
É o sol, é o tempo, é a estrada, é o pé e é o chão.
Eu vi muitos homens brigando. Ouvi seus gritos
Estive no fundo de cada vontade encoberta,
E a coisa mais certa de todas as coisas.
Não vale um caminho sob o sol.
É o sol sobre a estrada, é o sol sobre a estrada, é o sol.

Por isso uma força me leva a cantar,
por isso essa força estranha no ar.
Por isso é que eu canto, não posso parar.
Por isso essa voz tamanha..."

Caetano Veloso


Hás-de ter concerteza esta força estranha...
E "esta voz tamanha"!
Sempre que te esqueças, cá estarei para te lembrar!...

Força, coragem e garra!
Porque sei que as tens!...

Mts beijinhos!

smf disse...

Sabes, t, são curiosas estas contrariedades da vida!

Disse que, por vezes, acredito estar a ser castigada por vidas passadas, mas outras há (e esta é claramente uma delas) em que acredito estar a ser premiada por essas mesmas vidas passadas (nesta vida, acredito ainda não ter feito nada que mereça prémios), para ter uma amizade como a tua e algumas outras, poucas, na minha vida.
São essas mesmas, presentes (como a tua) e ausentes (como algumas outras), que me dão a força que preciso quando sou confrontada com estas situações que exigem de mim algo que por vezes penso que já não tenho. No fim, acabo por ter sempre. E são Amigos como tu que fazem com que isso aconteça.
Beijinho forte!
...sempre...