sábado, 1 de novembro de 2008

Os que já foram...

O dia de hoje foi emocionalmente esgotante para mim!
Tal como milhares de pessoas, também eu costumo, neste dia (além de em outros), efectuar um ritual, uma rotina, que consiste em visitar os que já cá não estão, sentir que, de alguma forma que não consigo explicar, estou mais próxima deles...
Mas, como qualquer faca de dois gumes, para esta sensação vem, inevitavelmente, o sentimento de perda inerente à situação em si.
Enquanto que o sentimento geral seria de nostalgia e saudosismo, eu enfrento também um misto de tristeza e revolta...
Revolta pelo meu "irmão" Zé Paulo não poder viver grande parte das alegrias da vida (e tristezas que também lhe fazem parte e nos fazem viver), revolta por nunca às minhas filhas ser possível conhecer uma grande senhora (minha Titi) que ajudou à criação da pessoa que sou hoje e que ainda hoje me falta como se ontem mesmo a tivesse visto pelo última vez... Sei que as minhas filhas iriam adorá-la, tal como eu ainda o faço...Ela era um iman para as crianças... E as crianças não se enganam, reconhecem as almas puras e boas.
Tristeza pela vida de um amigo que não teve força para dizer não às drogas (poderia eu ter feito algo mais para impedir isso???), por um primo amigo (ainda que não directo, eu gostava dele) que morreu sem que eu soubesse, tendo acabado por ter conhecimento da sua fatalidade acidentalmente ao visitar a sepultura do meu amigo e lá tendo visto a sua foto numa sepultura a pouco mais de um metro... Foi um choque descobrir algo desta magnitude desta forma...
Tantas vidas perdidas, tanta coisa por viver...
Uma das coisas que me irrita nestes dias "especiais" é o facto de nem nestas datas a maledicência tirar folga, acabando por se ouvir um pouco por toda a parte "Olha o que aquela está a fazer... Acreditas nisto que fizeram...Isto e Aquilo..." quando, na realidade, deveríamos estar todos solidários, afinal neste dia, todos sofremos pela mesma causa, a perda de entes queridos...
Saí e como estava um pouco abalada, dirigi-me ao meu "cantinho especial" para carregar baterias, para sorver a paz que flui naquele local... O sol, os passarinhos que desafiam o frio e entoam cânticos calmantes, enfim, a magia que sinto naquele local. Fui para me sentir melhor e assim fiz e aqui estou... pronta para seguir em frente... Como puder... sempre...

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