terça-feira, 4 de novembro de 2008

Está frio...Mas não neva...

Sou friorenta, confesso ...muito friorenta...
Se não saio de casa todos os dias (frios, claro) embrulhada num cobertor é apenas por não ser socialmente aceite assim como, convenhamos, nada prático...
Nestes dias frios, só apetece efectivamente embrulhar-se num cobertor, de lareira acesa, envolta pelos braços da pessoa amada e sentir o seu abraço quente, sentir o calor do seu amor e deixar a temperatura subir... como por magia... Sem qualquer explicação aparente...
Algumas pessoas perguntam-me como é que, sendo francesa, me deixo afectar tanto pelo frio, considerando que o clima em França é mais frio!
Não, não é! Deixem-me desde já desfazer esse mito... Na realidade, mesmo que as temperaturas sejam, por esta altura, mais baixas em França , em Portugal há uma coisa que, ao contrário de lá, não se resolve com um bom casaco. O que é isso? A humidade... Essa humidade que se entranha pelos ossos, pela pele, que nos enregela até a alma e que nos impede de manter uma temperatura corporal aceitável...
No entanto, (e aí acho que tive muito azar em vir parar ao centro do país), há uma coisa com a qual privei durante alguns anos e com a qual não tenho o prazer de conviver desde que habito nesta zona do país... A neve...
A realidade é que, por mais frio que aqui esteja, apenas por duas míseras vezes tive o prazer de ver um tímido manto branco aqui nesta zona... E ao pensar nisto e no que já vivi, sou assolada por uma nostalgia...
Confesso que me fazem falta os Natais brancos, os bonecos de neve com uma cenoura a fazer de nariz, um chapéu e cachecol velhos, duas pedras a fazer de olhos, as bolas de neve que inevitavelmente acabavam por nos acertar, por mais que nos desviássemos... Só mesmo quem viveu estas experiências para saber do que estou a falar...
Tivesse eu (por alguma razão) ido "parar" ao norte e pelo menos poderia (aceitando melhor o frio) deliciar-me com esses momentos na neve que acabam também por ser de comunhão e união com os filhos...

Mas ainda levarei as minhas filhas à neve, ainda hei-de rebolar com elas pelo manto frio e branco numa qualquer ribanceira das terras altas (como na foto acima) e assim, por mais um bocadinho... (re)viver...sempre...

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