sábado, 15 de novembro de 2008

Histórias, lendas ou simplesmente lições de vida...

Ao ler uma história que envolvia uma aldeia e a sua "generosidade" para com o seu pároco, (que por acaso não me era de todo desconhecida), logo me veio à memória uma outra que o meu pai costuma contar , penso eu que no espírito de entreajuda e no não esperar que tudo nos caia no colo sem esforço...
Se o é ou não, eu assim o entendo, acredito que outros entendam esta história de outra forma.
A história é, acredito mas sem teimar, verídica e aconteceu há alguns anos...
Como qualquer história que se preze, começa assim:
Era uma vez, um senhor chamado Oliveira. Este senhor, já reformado, continuava com os seus afazeres de uma vida no campo. Labuta nada fácil e no entanto muito aprazível para o senhor.
Este senhor tinha, como tantos outros das aldeias em começo de desertificação, um filho que estudara, namorara e finalmente casara em Lisboa lá tendo permanecido com a sua esposa e filhos.
No entanto, como ainda hoje se verifica por este Portugal, em tempo de colheitas, lá vinha o bom filho contabilizar os lucros e resgatar o seu quinhão.
Farto de tal atitude e falta de apoio por parte do filho que apenas aparecia em visita quando houvesse, no horizonte, possibilidade de algo levar, resolveu o esforçado senhor ripostar perante a próxima semelhante e ousada atitude do filho...
Quando chegou a altura de vindimar, o senhor, sempre sem apoio do filho(contando sim, com o apoio do povo da terra - muito habitual ainda nos dias que correm), lá conseguiu fazer uma farta vindima.
Após engarrafar o precioso néctar ( que reflectia na sua qualidade todo o cuidado tido ), com todo o trabalho que tal exigia, eis que surge novamente o "carinhoso" filho, com a desculpa de visita aos progenitores...
Visita curta e a demonstrar pouco interesse nos próprios ascendentes, antes da hora de partida, eis que surge a pergunta:
- Não há, meu pai, por aí umas garrafitas de vinho para levar?
Era chegada a hora! Como tantos o fazem (o meu avô fazia), saca o Oliveira do livrito onde escrevia religiosamente todo o trabalho e custos que tivera no seu campo e começa então a ler a parte que mencionava a vinha:
- "O Oliveira mondou, o Oliveira vindimou, o Oliveira pisou, o Oliveira engarrafou" - e concluíu com " Não, meu filho, o teu nome não está aqui".
Para mim, uma lição de vida, para vós... Deixo ao vosso critério...
...sempre...

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