quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Desilusão...

Costuma ouvir-se dizer à pessoa ofendida, após uma zanga e/ou alguma acção mais controversa - " E logo ele que era como um irmão para mim...". Agora, mais grave que isso é quando o que aconteceu envolve alguém que É efectivamente o nosso irmão...
Doeu, eu até digo mais, eu não merecia!... Por tudo o que fiz por ele, por tudo o que já abdiquei por ele, pelo que já me prejudiquei por ele (a mim e em tempos as minhas filhas), por tudo...
Quando vim de França, ele foi o meu único apoio, a única referência que eu tinha, considerando que tudo o que eu conhecia até então me tinha sido naquele momento retirado. Fomos crescendo e uma relação algo amarga (penso que comum entre irmãos), foi-se transformando numa crescente amizade e até mesmo igualdade de gostos, até que chegámos a uma altura que mais parecíamos gémeos siameses que propriamente apenas irmãos... Por diversas vezes, ouvi colegas de curso a dizer que não era habitual falar dos irmãos da forma como eu o fazia, com um carinho e espírito de protecção tão acentuado... Mas assim era... E assim se manteve...até hoje...
Houve até alturas em que, em conversas banais com pessoas que não o conheciam, me perguntavam quantos anos a menos é que ele tinha, tal era a forma protectora que eu usava quando me referia a ele, e achavam piada quando eu dizia que ele era, na realidade, mais velho...
Já há algum tempo que as coisas se vinham a alterar e hoje... Bem, hoje deu-se um passo em frente... O problema é que em frente havia um precipício... Ora, que eu tenha tido conhecimento, nunca ninguém sobreviveu a uma queda num precipício... Eu não merecia... E agora, só me resta, juntar os bocadinhos e continuar... Mas sem ele...
E sinto que hoje, algo em mim quebrou, morreu... Considerando que também não me agrada muito a pessoa em que ele se tornou, não faço grande questão em recuperar o elo perdido... Mas não é por isso que vou deixar de viver...sempre...

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