quarta-feira, 16 de julho de 2008

A minha escrita...

A minha escrita afecta de uma forma surpreendente! Mas como o poderia fazer? Serão as minhas palavras assim tão acutilantes? Como, se são apenas lampejos de uma alma atormentada?
Alguém me disse que quando sofro a minha escrita melhora... Se assim for, prevejo grandes epopeias no futuro que encheriam de inveja qualquer william Shakespeare ou, num contexto mais nacional, um Luis de Camões... Sem dramas! O que tiver que ser, será! Começo a entender isso agora!
Em relação ao sofrimento, a realidade é que, sendo um sentimento tão poderoso, este local tornou-se um pouco o meu psicólogo pessoal (e bastante mais em conta, devo dizer). As respostas é que nunca me foram enviadas pelo virtual (o que poderá justificar a diferença cambial - do profissional virtual versus profissional real). Mas do futuro, como já tenho dito, falarei no futuro... Sempre...

2 comentários:

Anónimo disse...

Sublime...Como sempre o considerei!

Não querendo comparar nada nem ninguem! Apenas para dizer que os conflitos existem... Interiores ou exteriores a nós. Entre a alma e a razão, entre a natureza dos homens e o que se espera deles, entre Deus e o Diabo... Intemporais, Universais e ... Incontornáveis!

Sem querer plagiar, digo: Sempre que precisar, sempre que quiser, sempre que apetecer... Estou aqui...

Deixo então, o que acima considerei sublime:


Cântico negro

José Régio


"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!



Bjinhos

smf disse...

Já o disse anteriormente e repito, merecia muito melhor na vida... Uma pessoa com esta capacidade tem que ter mesmo um destino lindo à sua espera... Só espero que não lhe aconteça o que me acontece a mim, que sempre que chego perto de um lindo destino, este foge-me!
Obrigada, por este lindo momento e... por tudo mesmo! Tem sido uma Amiga imparável... Das que raramente se conseguem e mais ainda, que raramente temos a honra de reconhecer como tal. Mas a si, Teresa, tenho muito prazer em poder-lhe chamar AMIGA.
Por isso mesmo, digo-lhe e respondo-lhe com a mesma candura com que o fez, sempre, mas sempre que precise, queira ou simplesmente lhe apeteça, conte comigo, de forma incondicional, pois é assim que eu identifico a amizade e é isso que sinto por si... Sempre...