sábado, 4 de outubro de 2008

Memórias de estudante...

Talvez pelo inicio das aulas e pelo facto de eu ainda não ter recomeçado o meu curso, tenho andado a pensar no meu primeiro ano de universidade e com vontade de reviver essas experiências e adquirir novos conhecimentos. Irei ainda a tempo de entrar na segunda fase?!?
Lembro-me especialmente de dois professores do primeiro ano, o de Direito e o de Contabilidade Geral. Dois bons, aliás, óptimos profissionais nas suas áreas, mas apenas um deles um bom professor, pois não basta saber, mas é muito importante saber e conseguir transmitir os conhecimentos aos outros, pois no fundo é isso que faz um bom professor e não apenas o dominar a matéria. Isso, apenas um deles tinha.
Marcaram-me as aulas de direito (civil e comercial), não só pelas matérias em si, deveras apelativas e interessantes, mas também pela humanidade demonstrada pelo professor (que passava por um processo de divórcio naquela altura), e que, nalguns temas deixava transparecer uma paixão admirável e contangiante (especialmente em direito civil). Ainda hoje me lembro das suas palavras que muito jeito me vieram a dar na vertente profissional; Dizia ele (não esquecendo que o curso era sobre gestão de empresas e como tal, os assuntos de direito comercial seriam também a esse tema alusivos) "Fujam das letras como o diabo foge da cruz". Tais palavras nunca mais abandonaram a minha mente.
Outra das frases que ainda hoje me acompanha era sobre contabilidade. Fui das poucas pessoas que entrou naquele curso sem nunca ter ouvido/assistido a uma única aula de contabilidade, fiscalidade e outras dades do género. Tendo eu vindo da uma turma da desporto (área A, na altura), era mais fácil saber quais as penalidades que poderíamos sofrer num jogo de basquete ou volei do que como classificar um documento contabilístico.
Mas consegui e ainda hoje me guio pela frase que o meu professor de contabilidade disse no ano de 1994 (o que é bom, considerando a dificuldade com que nos transmitia os seus conhecimentos) " Nunca passem um cheque ou efectuem um pagamento sem terem o documento a ele correspondente". Parece óbvio, não é? Pois, mas é surpreendente a quantidade de vezes em que evitei problemas futuros apenas por seguir esta pequenina frase. Vieram outros anos, outros professores, alguns ensinaram-me muito, outros nem tanto, mas foi sempre com prazer que assisti às aulas em que, muito ou pouco, sempre retirava algo que me viria a ajudar mais tarde (ou pelo menos assim acreditava eu).
Ainda hoje me lembro das noites de sexta feira passadas no meu apartamento (nunca menos de 6 pessoas) a fazer trabalhos de grupo que um professor nos atribuia todas as semanas e na semana seguinte, o mesmo professor escolhia aleatoriamente um desses grupo para apresentar a aula e o tema aos colegas. Sendo que o tema era o mesmo para todos os grupos, achávamos mais fácil juntar 2 ou 3 grupos para desenvolver primeiro o tema e só então deixar os "acabamentos finais" para cada grupo em separado. Geralmente era coisa para acabar (entre estudo, paródia e conversas totalmente alheias ao tema) por volta das 6h da manhã, hora perfeita para sair e ir à procura das padarias que tiravam a primeira fornada de pão para nos deliciarmos a comer pão quente com manteiga. Hummm, que coisa boa! Só complicava quando tínhamos que comparecer depois, no sábado às 9h para mais uma aula... Quem se conseguia manter acordado?
Mas foram tempos muito bons e que deixam saudade...sempre...

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