terça-feira, 21 de abril de 2009

Empresas e empresários...

Sou uma pessoa que tenho a sorte (ou azar) de conhecer o tecido empresarial de uma forma mais...real. Vejo diariamente e partilho dos esforços que são feitos para não mandar pessoas que considero família para um futuro incerto. O desalento que se apodera do empresário quando pergunta aos funcionários "então, temos trabalho?" e a resposta é curta, simples e directamente "não".
Recebi, através do mail da empresa, vindo dos "Senhores do fraque" um pequeno artigo com o nome de "Ode ao pequeno empresário", que admirei e em simultâneo me entristeceu.
Vou transcrever para aqui uma parte que considero um retrato fiel (infelizmente) da realidade de tantos nos dias de hoje.
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"Eis a história, ou melhor, eis a microdistopia do pequeno empresário. O senhor K. entrega uma encomenda ao senhor Caloteiro. O senhor Caloteiro, tal como o nome indica, não paga ao senhor K., alegando que não tem dinheiro. Porquê? Porque a Câmara Municipal lhe deve dinheiro. Farto deste tandem de caloteiros, o senhor K. avança para o tribunal. Passado um ano, o senhor juiz decide o seguinte: a Câmara Caloteira deve pagar directamente ao senhor K. o montante da dívida do senhor Caloteiro. Mas já passou outro ano, e o dinheiro ainda não chegou. A burocracia da Câmara entrecruza-se com a burocracia do tribunal, criando assim uma orgia burocrática que dinamita a vida do senhor K. Enquanto espera pelo dinheiro, o senhor K. procura reduzir custos. Dos dez trabalhadores da sua empresa, o senhor K. pretende despedir três. Debalde. O senhor K. descobre que é impossível impor um despedimento individual em Portugal. Resultado? Um despedimento colectivo após a falência da empresa."
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O restante artigo poderá ser por vós visto em:
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Aproveito o contexto para esclarecer que, apesar de haver, com toda a certeza, pessoas sem escrúpulos que uilizam a crise para poder despojar os trabalhadores dos seus trabalhos, das suas casa e até mesmo do seu orgulho, outros há que tudo fazem para que tal não aconteça e, quando se chega a este ponto, é com grande pesar no coração que procedem desta forma com alguns (sem nunca lhes negar quaisquer direitos adquiridos), na esperança de o não ter de fazer a todos.
...sempre...

2 comentários:

CLUBE DAS LÍNGUAS VIVAS disse...

Boa noite.

Através do site meter do Arrumadores, apercebemo-nos de que nos tinham visitado.
Curiosos, viemos "espreitar" este cantinho e ficámos simultaneamente felizes, por vermos o nosso nome adicionado aos favoritos, e admirados por não fazermos a mais pálida ideia de quem é a "dinamizadora" deste blogue. Se nos pudesse "iluminar"... :-)
De qualquer modo, queremos agradecer a vossa visita e a referência ao nosso cantinho.

Voltem sempre. Prometemos que também retornaremos.

smf disse...

Olá, Clube das línguas vivas!
Agradeço imenso o facto de terem deixado o vosso testemunho no meu blogue. Foi um prazer com a qual eu não contava.
É, penso eu, impossível conhecerem-me visto que não frequento, nem frequentei o vosso estabelecimento de ensino. Mas reconheço qualidade quando a vejo e daí a razão do vosso blogue constar dos meus favoritos.
Foi num dos meus "passeios virtuais” que me deparei com o vosso blogue e confesso que me tornei uma seguidora do mesmo. Não só pela qualidade dos textos e trabalhos apresentados, mas também pela alma que se sente ao ler os mesmos e ao percorrer cada bocadinho do vosso blogue.
É um prazer verificar alunos e professores a trabalhar em conjunto para dar vida a um projecto deste género e, como tal, não poderia deixar de o anunciar.
Continuem com o bom trabalho e boa sorte para o futuro.